Fórum das Seis reúne-se com Cruesp nesta quinta, 11/8


Vamos cobrar dos reitores o respeito à isonomia, nenhuma repressão aos grevistas e empenho na luta por mais recursos
 Devido às mobilizações, à pressão das categorias ainda em greve, e após muita insistência do Fórum das Seis, finalmente o Cruesp concordou em agendar uma reunião para esta quinta-feira, 11/8, às 15h, em São Paulo.  Reunidas nesta segunda-feira, 8/8, as entidades que compõem o Fórum discutiram a necessidade de debater com os reitores os seguintes tópicos:
– Reajuste salarial: A concessão de 3% na data-base 2016, índice muito abaixo da inflação dos últimos 12 meses, corrói o poder aquisitivo de servidores docentes e técnico-administrativos. Na Unesp, onde a reitoria sequer aplicou os míseros 3%, num flagrante desrespeito à isonomia, a situação é mais grave ainda.
– Contratações e condições de trabalho: Nas três universidades, a suspensão das contratações amplia a precariedade nas condições de trabalho dos dois segmentos e coloca em risco o funcionamento das instituições. Na USP, o congelamento nas contratações vem acompanhado de planos de demissão voluntária e de redução da jornada/salário, sem quaisquer estudos dos impactos sobre a vida da Universidade. Na Unesp, sequer a contratação de professores substitutos – que já representa uma política de sucateamento do quadro, uma vez que somente deveriam ser contratados docentes em RDIDP – está garantida de acordo com as demandas dos Departamentos de Ensino.
 – Repressão e desrespeito: Já materializado na USP e na Unicamp, o corte de ponto dos servidores técnico-administrativos grevistas constitui-se em flagrante desrespeito ao direito de greve dos trabalhadores e uma forma explícita de repressão. É urgente que os cortes sejam revistos e os salários pagos integralmente, uma vez que estavam previstos nos respectivos orçamentos. É inaceitável esta e qualquer outra forma de repressão contra estudantes e trabalhadores que lutam em defesa da universidade pública.
– Mais recursos: É indiscutível que se materializam nas três universidades paulistas as consequências nefastas de uma crise anunciada de financiamento que, conforme o Fórum vem advertindo reitores, governo estadual e deputados estaduais, aconteceria mais cedo ou mais tarde. Estamos convictos de que ela se instala agora em decorrência da queda da arrecadação de ICMS, que se dá num contexto de crise econômica generalizada, mas que aconteceria, mesmo num cenário econômico mais favorável, até o final da década de 2010. Por isso, é necessário que o Cruesp se engaje juntamente com o Fórum pela realização de uma reunião tripartite (governo, Cruesp e Fórum) para discutir a urgência do aporte de mais recursos para Unesp, Unicamp e USP.
Situação das aposentadorias e pensões no âmbito da relação universidades/SPPREV.
– Novo Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação: O Cruesp comprometeu-se a emitir seu posicionamento sobre a Lei 13.243/16, que instituiu o Novo Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Informação, mas não o fez até o momento. O Fórum das Seis, em conjunto com outras entidades, vem alertando sobre os riscos que a lei traz para a pesquisa pública e a universidade pública.
Antes e depois da reunião com o Cruesp, as entidades que compõem o Fórum das Seis estarão reunidas no dia 11/8.

Estudo evidencia importância da mobilização e mostra ganhos obtidos com as greves

Segundo estudo elaborado pela Adusp, as greves e mobilizações organizadas pelo Fórum das Seis impactam positivamente os salários dos servidores das universidades estaduais paulistas (Unesp, Unicamp e USP), como pode ser visto quantitativamente no gráfico. Os valores absolutos mostrados são referentes ao salário inicial de professor doutor, mas as porcentagens de ganho das mobilizações são as mesmas para as três universidades, tanto para professores quanto para funcionários técnico-administrativos, mesmo para os servidores da Unesp que ainda não receberam os 3% de reajuste desse ano. Os dados referem-se ao período de janeiro de 2000 a junho 2016.
Tendo como referência as propostas iniciais do Cruesp, o número principal que resume este impacto é + 47 %, que é a diferença entre o salário recebido atualmente (R$ 10.675) e o que seria o salário se os trabalhadores tivessem simplesmente aceitado a proposta de reajuste feita inicialmente pelo Cruesp (R$ 7.260). Se a referência usada for o salário recebido, esta porcentagem é 32%. Dito de outro jeito: sem mobilização, o salário seria aproximadamente 2/3 do que é hoje.
tabela_ganho_com_mobilizacao_F6
A faixa amarela refere-se aos valores acumulados no período para um professor doutor, que são de aproximadamente R$ 347 mil em valores absolutos ou R$ 541 mil se corrigidos pelo índice ICV do Dieese. Este acumulado refere-se aos professores que já estavam trabalhando em 2000, mas é apenas uma referência de limite mínimo, pois no período de 16 anos já teriam mais 3 quinquênios, sobre os quais incidiriam também os reajustes maiores devido às mobilizações. Se o docente teve outras promoções, o valor seria ainda maior.
A diferença acumulada no período para quaisquer servidores, tanto docentes quanto técnico-administrativos, pode ser estimada, levando-se em conta que a cada R$ 1.000 do salário-base recebido hoje, este acumulado seria aproximadamente R$ 34 mil ou R$ 53 mil corrigidos pelo ICV do Dieese. A fonte de dados são os boletins do Fórum das Seis.
 


0 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *