Sem negociação de fato por parte do CRUESP, a Diretoria da ADunicamp propõe seguir o indicativo do Fórum das Seis e não iniciarmos o semestre letivo

Tom Zé (Unicamp), Pasqual Barretti (UNESP) e Carlos Gilberto Carlotti (USP) são os nomes que compõe o CRUESP. Os dois primeiros completaram um ano de gestão, enquanto o terceiro assumiu o posto de Reitor da USP em janeiro/2022.  São novas caras gerindo as Universidades Estaduais Paulistas, porém os dois primeiros já mostram que continuam seguindo a linha de seus antecessores: descaso, intransigência e desrespeito com os servidore(a)s docentes e técnico-administrativos. Qual linha adotará o terceiro?

No último dia 27 de janeiro, o Fórum das Seis enviou ofício para o atual presidente do CRUESP, professor Carlotti (USP). O documento solicitava o agendamento de uma reunião entre as entidades ainda para o de janeiro, a fim de negociar parte das perdas salariais acumulada desde maio/2012. Porém, evidenciando o descaso característico por parte do CRUESP, iniciamos fevereiro/2022 sem resposta ao ofício do Fórum (somente um comunicado do novo Chefe de Gabinete da USP informando que o ofício foi recebido e encaminhado aos três reitores) e sem indícios de que haverá negociação neste momento. 

Fica ainda mais difícil aceitar o fato de não haver negociação quando paramos para analisar os números que impactam diretamente em nossos salários. A inflação acumulada entre maio/2012 e dezembro/2021 é de 77,46%, enquanto os reajustes salariais no mesmo período totalizaram apenas 27,01%. Vale lembrar que, somente em 2021, a inflação foi de 10,16%. De acordo com os cálculos do Fórum das Seis (ver boletim neste link), para que os salários voltem a ter poder de compra equivalente a maio/2012, o índice de reajuste em janeiro/2022 deveria ser de 39,72%. 

Se o CRUESP mantiver a postura intransigente, e supondo uma inflação em torno de 4% no primeiro quadrimestre de 2022, chegaremos a maio/2022 precisando de cerca de 45% de reajuste para recuperar o valor que os salários tinham há uma década.

Foi prevendo este cenário que o Fórum das Seis atualizou a Pauta de Reivindicações de 2021 e decidiu propor o índice de 20% para janeiro/2022, para recuperar de modo parcial as perdas acumuladas desde maio/2012. Além disso, o Fórum propôs “negociar um plano de recuperação para zerar as perdas restantes, relativas ao período de maio/2012 a abril/2022 e a valorização dos níveis iniciais das carreiras, com a perspectiva de concluir a discussão deste plano ainda na data-base de 2022” (veja no boletim do Fórum disponível neste link).

É POSSIVEL. DEPENDE DA NOSSA MOBILIZAÇÃO!

A proposta do Fórum das Seis de 20% de reajuste em janeiro/2022 e a negociação de um plano de recuperação das perdas salariais desde maio/2012 para a data-base 2022 e a valorização dos níveis iniciais das carreiras é viável e os números falam por si.

O crescimento da arrecadação do ICMS-QPE do Estado de São Paulo durante o período citado acima, ultrapassa o índice de 80%, a inflação foi de 71,76% e nosso reajuste de somente 27,01%.  Vale lembrar que os salários não são reajustados há praticamente três anos. Por outro lado, o comprometimento da folha de pagamento das três universidades nunca esteve tão baixo quanto agora (66,84%) e elas já refizeram suas reservas estratégicas com valores bem superiores às três folhas salariais (valor este sempre considerado ideal pelo CRUESP).

Não há motivos financeiros que impossibilitam o CRUESP de negociar e reajustar os nossos salários a partir da proposta elaborada pelo Fórum das Seis. SEM RESPEITO E NEGOCIAÇÃO, NÃO DEVEMOS INICIAR O SEMESTRE. Caso contrário, veremos a história se repetir, com o CRUESP consolidando de vez a prática de fazer caixa para as Universidades com base no arrocho de nossos salários. Cabe a nós lutarmos contra esta política de arrocho do CRUESP!

REAJUSTE DE 20% RETROATIVO A JANEIRO DE 2022!

PLANO PARA ZERARMOS NOSSAS PERDAS DESDE MAIO DE 2012!

VALORIZAÇÃO DOS NÍVEIS INICIAIS DAS CARREIRAS!