Fórum centrou intervenção na defesa da retroatividade, denúncia do desmonte e andamento das comissões
No último dia 7/10, Fórum das Seis e Cruesp estiveram reunidos em São Paulo. A realização da reunião havia sido acordada em maio.
A coordenação do Fórum, agora sob responsabilidade da Adunesp/Sintunesp (veja abaixo), iniciou pela defesa da construção de um sistema público de educação superior no estado, com o estabelecimento de políticas isonômicas entre as universidades estaduais. Na sequência, cobrou os reitores sobre a necessidade de repor as perdas de- correntes do pagamento da inflação do ano anterior (7,21%, segundo índice da Fipe) em duas parcelas. O presidente do Cruesp e reitor da USP, professor Marco Antonio Zago, justificou a impossibilidade de atender à reivindicação de reposição das perdas, alegan- do o “cenário econômico desfavorável do país”.
Os representantes do Fórum questionaram, então, quais ações os reitores estavam tomando para cobrar do go- verno estadual que, no mínimo, seja cumprida a lei e re- passe às universidades 9,57% do total do produto do ICMS (quota-parte do Estado), sem os expurgos denunciados há anos pelas entidades sindicais. Em resposta, os reitores dis- seram que continuam fazendo “gestões junto aos deputados estaduais e ao Executivo” nesse sentido.
[button link=”http://www.cruesp.sp.gov.br/wp-content/uploads/STE-009.mp3″ icon=”volume-up” color=”red” window=”yes”]Ouça a reunião entre F6 e Cruesp aqui[/button]
Assinalando a fragilidade e total insuficiência das iniciati- vas do Cruesp, os representantes do Fórum lembraram que a correlação de forças na Assembleia Legislativa é totalmente favorável ao governo, o que exige uma postura mais firme e pública dos reitores na defesa de mais recursos para as universidades, dedicando a essa luta a mesma energia que dedicam para cortar direitos e jogar sobre a comunidade acadêmica o ônus da crise.
Reuniões por universidade
Os representantes do Fórum cobraram dos reitores a continuidade das reuniões no âmbito de cada universida- de, conforme acordado no decorrer das reuniões em maio, para discutir os itens I (Pelo respeito à liberdade de orga- nização e manifestação, contra a criminalização dos movi-mentos sociais e os ataques às mulheres) e V (Condições de trabalho e estudo) da Pauta Unificada 2015. Posteriormente, após as reuniões em cada universidade, os temas deveriam voltar à mesa de negociação.
Embora o encaminhamento não fosse o defendido pelo Fórum, que advoga a realização de mesas únicas para tratar assuntos da Pauta Unificada, é preciso que as reuniões tenham continuidade, uma vez que foram acordadas. Enquanto o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, comprometeu-se a realizar nova reunião no período máxi-mo de um mês, o da Unesp, Julio Cezar Durigan, afirmou que não há mais nada a discutir e que tudo está sendo trata- do pelo Conselho Universitário. O reitor da USP disse que não há nenhuma determinação para suspender as reuniões, mas que houve apenas um desencontro de agendas.
Grupos de Trabalho
O Fórum das Seis cobrou o funcionamento dos Grupos de Trabalho acordados durante as reuniões da data-base: Permanência Estudantil, Isonomia, SPPrev/Assuntos de aposentadoria. Embora o Fórum tenha enviado todos os nomes para compor os GT, até o momento nenhuma reunião foi marcada.Os reitores concordaram com a necessidade de agendar para breve as reuniões dos três GTs. A perspectiva é discutir nestes GT princípios e políticas para cada um dos temas, que possam ser trazidos para uma mesa conjunta Fó- rum/Cruesp, na perspectiva de tratamento isonômico nas três universidades.
Fórum indica: Que as categorias avaliem a conjuntura e formas de reação
O Fórum das Seis indica às categorias que reflitam sobre a conjuntura de desmonte das universidades, que fica explícita em medidas como: enxugamento de pessoal (diminuição de funcionários na USP via Programa de Incentivo à Demissão Voluntária – PIDV; não reposição de vagas abertas por aposentadorias, demissões, mortes nas três universidades e no Centro Paula Souza), o descumprimento de acordos celebrados (não equiparação entre os funcionários técnico-administrativos), a repressão sobre os três segmentos (punições e expulsão de estudantes), a adoção de medidas para mostrar “responsabilidade” frente à crise (suspensão das carreiras na Unesp), entre várias outras.
É preciso que as categorias discutam este cenário e as formas de reação, em defesa dos nossos direitos e da universidade pública e gratuita.
Na USP, servidores da Prefeitura do campus estão em greve
Os servidores da Prefeitura do campus da USP, em São Paulo, estão em greve desde o dia 30/9. Eles resistem contra mais uma medida que atesta a política de desmonte da reitoria da Universidade: a transferência forçada de mais de 100 trabalhadores – cerca da metade do efetivo da Prefeitura – para outros setores, além da construção de um muro dividindo a unidade. Eles pedem a garantia dos empregos, nenhuma punição aos grevistas e o estabelecimento de um efetivo diálogo da reitoria com o Sintusp.
Para o Sintusp, é clara a intenção da reitoria de desmontar radicalmen te uma das unidades mais mobilizadas da Universidade, começando pela divisão dos trabalhadores. Trata-se de uma nova ofensiva, que se soma a outras não menos graves: fechamento de vagas nas creches, extinção de leitos e serviços no HU, fechamento de um dos restaurantes, contingenciamento de verbas das unidades etc. O Sindicato solicita apoio, por meio de moções, participação em ações dos grevistas, contribuições ao fundo de greve etc. (detalhes em www.sintusp.org.br).
Em assembleia geral no dia 30/9, a categoria aprovou uma paralisação geral no dia 15/10.
Rodízio na coordenação do Fórum
Desde o dia 7/10, a coordenação do Fórum das Seis, até então sob responsabilidade da Adusp, passa a ser desempenhada conjuntamente por Adunesp e Sintunesp.
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