Paulo Freire, educador e filósofo brasileiro, nasceu no Recife no dia 19 de setembro de 1921 e faleceu em 02 de maio de 1997, em São Paulo, e deixou uma das obras pedagógicas mais estudas e reconhecidas no mundo. O apelo à transformação social e o desenvolvimento da consciência crítica, por meio da educação é a ferramenta chave do seu pensamento fundamentado em cinco princípios para a prática de uma pedagogia crítica: diálogo, amor, empatia, esperança e humildade.
Considerado referência em Educação no Brasil e no mundo, Freire foi docente da Faculdade de Educação da Unicamp após o retorno do seu exílio, no Chile, durante duma década (1980-1990). Também exerceu o cargo de Secretário de Educação da cidade de São Paulo, durante a gestão de Luiza Erundina.
A dimensão da sua obra, na área da pedagogia, o tornou o brasileiro com mais títulos de Doutor Honoris Causa de diversas universidades. Ao todo são 41 instituições, entre elas, Harvard, Cambridge e Oxford. Em 1986 recebeu o prêmio de Educação para a Paz, concedido pela Unesco.
Em seu principal livro “Pedagogia do Oprimido”, lançado em 1968, promove uma revolução na pedagogia. Sua metodologia baseia-se em um programa de alfabetização, que busca a compreensão critica destinada a jovens e adultos analfabetos, com objetivo de libertar o “oprimido” da submissão ao “opressor”. Para Freire todos os processos revolucionários são educacionais.
Essa emancipação do pensar se torna o principal instrumento dos processos de aprendizagem, ensino e convivência, que ajuda o indivíduo a se reconhecer como cidadão, protagonista capaz de mudar sua realidade. O conceito “ler a palavra e o mundo”, Freire nos incentiva à percepção da gritante desigualdade social, em relação à distribuição da riqueza e à centralização do poder, amplificada no cenário atual de pandemia.
Seu pensamento e obra se tornaram campo de estudo disseminado em vários países da América Latina, Estados Unidos, Europa, África, entre outros, que confirmam a existência de um legado e a importância de pesquisar sobre experiências educacionais. De norte a sul, no Brasil, diversos grupos e coletivos se dedicam ao pensamento de base freiriana, e muitos deles extrapolam o território da educação, passando por economia solidária, movimentos sociais e populares, linguagem e filosofia.
Neste centenário de Paulo Freire, o Brasil vive um dos piores momentos pós ditadura militar, com o retrocesso envolvido pelo fascismo e negacionismo, mas suas ideias continuam poderosas e vivas, inspirando a luta pela transformação e democratização da educação.
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Ilustração utilizada na imagem de capa e interna: Paula Vianna/ADunicamp
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