Mudou mais um reitor. Mas o desrespeito continua o mesmo

Com inflação em alta e salários congelados, postura do Cruesp revela descaso com condições de vida das servidoras e dos servidores das universidades.

A partir dos indicativos aprovados nas assembleias, Fórum organiza semana de mobilização de 14 a 18/3 e dia de atos em 16/3

As entidades que compõem o Fórum das Seis reuniram-se em 17/2/2022 para avaliar os resultados das assembleias de base realizadas até 11/2 e definir os próximos passos da mobilização nas universidades estaduais paulistas. As assembleias dos/as docentes e dos/as técnico-administrativos/as da Unesp, Unicamp e USP tiveram um ponto em comum: todas contaram com boa participação, como há tempos não se via. A indignação – com o arrocho salarial e com o descaso do Cruesp – também foi outro elemento coincidente.

O novo reitor da USP e atual presidente do Cruesp, empossado em 26/1, Carlos Gilberto Carlotti Junior, sequer respondeu ao ofício do Fórum, enviado logo após sua posse, solicitando o agendamento de reunião urgente entre as partes.

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Com os salários congelados desde maio/2019 e a inflação na casa dos 10% ao ano, a situação torna-se insustentável. É inacreditável que o Cruesp mantenha as entidades representativas sem resposta em meio a este cenário. É esse o compromisso que os reitores assumiram em suas campanhas? Pretendem repetir seus antecessores ou mostrar compromisso com a comunidade?

De 14 a 18/3: Mobilização

Na perspectiva de construção de uma greve geral das categorias, caso o Cruesp não negocie nossas reivindicações, o Fórum das Seis indica as seguintes atividades:

– Semana de 14 a 18/3, quando os campi já deverão contar com a presença de estudantes: Atividades de esclarecimento, chamamentos à organização e à mobilização.

– 16/3: Dia de paralisação e realização de atos públicos em frente às reitorias (caso da Unicamp e da USP) e nos campi (caso da Unesp). Representantes do Fórum, de todas as entidades, estarão no ato da USP, casa do atual presidente do Cruesp, cobrando que Carlotti os receba.

O Fórum voltará a se reunir após a semana de mobilização para indicar os próximos passos da mobilização.

Em janeiro/2022, índice necessário para repor maio/2012 já passa de 40%

A inflação segue em alta. O INPC, medido pelo IBGE, de janeiro a dezembro de 2021, foi de 10,16%. Já o INPC de janeiro/2022 ficou em 0,67%.

O acumulado de maio/2012 (nossa referência) até janeiro/2022 é de 78,65%. Como tivemos 27,01% de reajuste neste período, chegamos a janeiro/2022 precisando de 40,75% de reposição para recuperarmos nosso poder aquisitivo de maio/2012.

Por isso, o Fórum das Seis insiste na necessidade de concessão de um reajuste emergencial de 20%, retroativo a janeiro/22, e de negociação de um plano de reposição para zerar as perdas restantes, relativas ao período de maio/2012 a abril/2022, com a perspectiva de concluir essa discussão ainda na data-base de 2022; bem como de um plano de valorização dos níveis iniciais das carreiras, com base nas propostas já encaminhadas ao Cruesp.

O que explica tanta enrolação?

Nada!

Com todo esse arrocho, de um lado, e a boa performance da arrecadação do ICMS durante a pandemia, de outro, a situação financeira das universidades é bastante confortável. Unesp, Unicamp e USP fecharam 2021 com um comprometimento médio de 66,84% com folha de pagamento. É o menor desde o advento da autonomia universitária, em 1989.

Em 2020 e 2021, os reitores apoiaram-se nas limitações impostas pela Lei Complementar (LC) 173/2020, a lei federal que regulamentou a ajuda federal aos estados e municípios e, em contrapartida, proibiu a concessão de reajustes salariais e de benefícios no período de 28/5/2020 a 31/12/2021. Ocorre que a vigência da lei já acabou e NADA justifica a manutenção desse terrível arrocho salarial, que se agrava a cada dia, pois a inflação só faz crescer!

Chega de enrolação, senhores reitores! Negociem seriamente com o Fórum das Seis!

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