Recentemente, a reitoria da USP anunciou um conjunto de gratificações para parte de seus servidores(as) docentes e técnico-administrativos(as). Em reunião do Conselho Universitário, o Reitor da USP, Professor Carlotti, indicou que as gratificações aprovadas representam uma política de valorização de servidores(as) docentes e técnico-administrativos(as) da Universidade.
No entanto, a falta de critérios claros para a concessão das gratificações nos parece equivocada, pois essas são desiguais entre docentes ativos(as) e aposentados(as), e entre técnico-administrativos(as) ativos(as) e aposentados(as). Levar em consideração o ano de contratação, a partir de 2003, em função das perdas de direitos pela reforma da previdência, e considerar que isso seria compensatório, é desigual e não cumpre com o próprio objetivo.
Chama a atenção que as diferenças estabelecidas nas gratificações propostas para os(as) servidores técnico-administrativos(as) seja cerca de 6 vezes menor que as gratificações destinadas aos(as) docentes. Atitudes como essa desvalorizam o importante e fundamental trabalho da categoria em nossas Universidades.
O reitor da USP afirma que gratificações viriam no sentido da valorização dos docentes dos níveis iniciais a carreira, já que os beneficiados seriam aqueles contratados a partir de 2003. No entanto perguntamos: aplicar um valor de gratificação que não incide em salários ou na aposentadoria futura desses docentes, é valorização?
Defendemos que valorizar salários é ter um salário justo, é ter uma política salarial que valorize os níveis iniciais das carreiras, é agir com o princípio da isonomia com reajustes iguais para todos e todas. É dar suporte para que haja melhores condições de trabalho para que todas e todos possam construir sua carreira e projetar um futuro a longo prazo na Universidade. Ações que desagregam podem levar a demissões e desqualificação do trabalho. Considerar que essas ações impediriam a saída dos “jovens talentos” é claramente um mensagem de que a luta por salários e direitos não é prioridade.
A reitoria da USP anunciou esse artifício em pleno início do debate da data-base 2023. Consideramos que essa ação foi oportunista para desmobilizar as comunidades universitárias num momento tão crucial. Foi desrespeitoso com o conjunto das servidoras e dos servidores das três Universidades. A proposta do Fórum das Seis (F6) que está sendo discutida pelas categorias pressupõe a valorização dos salários, a recuperação de nossas perdas a partir de 2012 e a valorização dos níveis iniciais da carreira. Nossas propostas atingem tanto servidores técnico-administrativos(as), como docentes, tanto da ativa como os aposentados, e implicam em ganhos para a aposentadoria. As propostas são concretas e há muito estão sendo pautadas pelo F6 para discussão com o CRUESP. Entre elas há uma proposta clara de redução de disparidades entre os salários nos níveis intermediários, além de aumento real dos salários base. Essas medidas, a médio e longo prazo, representariam uma política real e permanente na carreira docente, e não uma ação oportunista que atende a um conjunto específico de servidores(as) a curto prazo.
Lutar por salários dignos, condições de trabalho adequadas e valorização da carreira por meio de uma política salarial, beneficia todos os(as) docentes e os(as) servidores(as) que ativamente fazem com que a Unicamp hoje esteja ranqueada entre as melhores do mundo. Sem descuidar dos aposentados, cujo papel foi fundamental na construção da Unicamp de hoje.
A ADunicamp atua continuamente através do F6 no debate das propostas pela política salarial e defesa dos direitos dos(as) docentes junto ao CRUESP. Nosso papel é representar nossa categoria e seguiremos firme em nosso propósito de recuperação salarial, de valorização das carreiras e pela isonomia, o que nos fortalece diante das lutas que temos pela frente com nossos gestores e com o atual governo do estado.
CONVITE
A ADunicamp convida a comunidade docente da Unicamp para uma reunião aberta, a ser realizada na próxima segunda-feira dia 10, às 17 horas, em sua sede, para acolher as percepções dos(as) docentes sobre a política salarial e as propostas de encaminhamentos para a campanha salarial de 2023 e outras ações.
ADunicamp
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