A Diretoria da ADunicamp se congratula com a Câmara Municipal de Americana pela concessão da “Medalha de Mérito Herbert de Souza – Betinho” a Jânio Carneiro de Freitas e Victor Chinaglia, duas lideranças de importantes movimentos sociais em curso em Americana/SP. A premiação é extensiva, segundo os próprios homenageados, às mais de três mil famílias dos assentamentos Monte Verde e Milton Santos e do acampamento Roseli Nunes, área onde a atuação deles foi o objeto da concessão do título pela Câmara Municipal.
Os dois homenageados dirigem a iAcia (Instituto Pós-Represa), às margens da Represa Salto Grande, em Americana/SP, divisa com os municípios de Paulínia/SP e Cosmópolis/SP. A iAcia, com mais de duas mil pessoas inscritas, implantou e dirige três instrumentos de gestão e trabalho da comunidade da região: a Escola Livre e Espaço Sérgio Ferro e as cooperativas Braço Forte e A Camponesa. Os dois são dirigentes também da Frente dos Movimentos de Luta pela Terra.
As homenagens foram concedidas por decretos legislativos concedidos em setembro de 2020, mas as cerimônias de entrega dos títulos foram suspensas durante a pandemia e retomadas agora.
A “Medalha de Mérito Herbert de Souza – Betinho” foi instituída em 2008 e é concedida a pessoas, grupos e entidades que tenham se destacado na área de ação social e mobilização popular.
O HOMENAGEADOS
Jânio Carneiro de Oliveira é natural de Paratinga/BA. Entrou aos 14 anos na luta pela terra em Bom Jesus da Lapa e em Serra do Ramalho na Bahia em movimentos camponeses espontâneos do sertão baiano, em companhia de seu pai e irmãos. Ainda muito jovem foi trabalhar nas barcas cargueiras no rio São Francisco e atuou à frente das ações de deslocamento de milhares de camponeses para agrovilas, formando um núcleo de 64 mil habitantes que mais tarde virou cidade Serra do Ramalho- BA. Desde então atuou em movimentos de luta pela terra e por moradia em várias regiões. Já adulto, mudou-se para São Paulo, ingressou no MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e veio para a região de Campinas, onde finalmente fixou-se em Americana, junto a movimentos de luta pela terra que tomavam vulto naquele momento.
Victor Chinaglia nasceu em São Paulo no ano de 1967 em plena ditadura militar, em uma família de militantes políticos que foram presos e torturados. Fato, diz ele, que o influenciou decisivamente em sua formação ideológica. Formado em arquitetura e urbanismo na PUC de Campinas em 1990, militou no movimento estudantil, no PCB (Partido Comunista Brasileiro) e no PCdoB (Partido Comunista do Brasil). Como dirigente do PCdoB veio para Americana para presidir o comitê municipal do partido e atuou em várias frentes. Como arquiteto-urbanista trabalhou na prefeitura e chegou a assumir a Secretaria Municipal de Planejamento e, posteriormente, a do Meio Ambiente. Foi diretor-regional e hoje conselheiro do CAU/SP (Conselho de Arquitetura e Urbanismo). Sempre atuou junto aos movimentos de moradia e de luta pela terra em várias cidades paulistas.
A ADUNICAMP ACOMPANHA HÁ ANOS E APOIA AS AÇÕES PELA CONSOLIDAÇÃO DOS ASSENTAMENTOS E DO ACAMPAMENTO NA REGIÃO DO PÓS-REPRESA DE AMERICANA.
POR ISSO, SE CONGRATULA COM A HOMENAGEM.
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