A Assembleia Geral Extraordinária de docentes da Unicamp, reunida nesta segunda-feira, 4 de novembro, aprovou a proposta feita pela Reitoria de aumento do Vale Alimentação dos atuais R$ 1.420,00 para R$ 1.800,00, representando um acréscimo de 26,76%, a partir de janeiro de 2025, com a concessão de um Vale Alimentação Extra Natalino, a ser creditado em dezembro de 2024, no valor dos atuais R$ 1.420,00.
Os(as) docentes aprovaram também o valor de até R$ 800,00 de Auxílio Saúde para docentes na ativa, com a ressalva de ampliar a forma de comprovação de gastos para outros serviços relacionados à saúde, além dos contratos particulares em planos de saúde, como propôs a Reitoria. De acordo com decisão da Assembleia, a ADunicamp deverá buscar caminhos legais, junto à Reitoria, para poder ampliar a concessão desse Auxílio Saúde para aposentados(as).
A Assembleia questionou também a negativa da Reitoria em conceder o prêmio, semelhante ao de R$ 9 mil concedido pela USP em outubro passado, e decidiu que a ADunicamp deve continuar reivindicado a concessão, por uma questão de isonomia entre as Universidades Paulistas. A pauta da decisão aprovada sobre esse item foi construída em comum pelas diretoras da ADunicamp, que conduziram a Assembleia, e pelo plenário e diz: “Continuar as negociações pelo prêmio, considerando que é uma verba fora da rubrica, e que o prêmio seja pautado nos fóruns deliberativos. Pressionar a reitoria da Unicamp, para que trabalhe no âmbito do Cruesp, em busca de um acordo que preserve a isonomia de salários e busque a isonomia de benefícios entre as três Universidades.”
A assembleia foi presidida pela professora Maria José Mesquita (IG), diretora de Comunicação e Eventos da ADunicamp, e conduzida com apoio das diretoras Elaine Prodócimo (FEF) e Regina Celia da Silva (CEL). O diretor da STU, José Luís Pio Romera, fez um relato sobre o encaminhamento das negociações, realizadas em conjunto com a ADunicamp, e também das decisões da última Assembleia de seu sindicato, que votou pela paralisação de um dia em 5/11/2024 em defesa da concessão do prêmio para servidores(as) da Unicamp (leia aqui).
AS NEGOCIAÇÕES
Essa foi a segunda Assembleia Extraordinária convocada pela ADunicamp para discutir os três itens que estão em negociação com a Reitoria. A primeira ocorreu em 29 de outubro e foi convocada depois que as diretorias da ADunicamp e do STU se reuniram, em 24 de outubro, com o reitor Antônio José de Almeida Meirelles, o Tom Zé. A reunião foi solicitada pelos dois sindicatos, depois que a USP aprovou a nova concessão do chamado “Prêmio Desempenho Acadêmico Institucional”, no valor de R$ 9 mil. Na reunião, o reitor negou a concessão do prêmio, mas fez a proposta do Auxílio Saúde e do aumento no valor do Vale Alimentação.
A assembleia do dia 29 (leia aqui) deliberou pelo aprimoramento das propostas iniciais da Reitoria. Entre elas, o valor mínimo de R$ 800,00 para o Auxílio Saúde e os R$ 1.800,00 de aumento no Auxílio Alimentação, a partir de janeiro. Outros dois pontos questionados nessa assembleia foram a exigência de comprovação de um contrato com algum Plano de Saúde para receber o Auxílio Saúde e a não concessão dele a aposentados.
Essas questões foram imediatamente encaminhadas pela ADunicamp para a Reitoria, em reunião realizada em 31 de outubro. Desta reunião saíram as propostas votadas na Assembleia deste 4 de novembro. De acordo com a professora Elaine Prodócimo, que participou da reunião juntamente com a presidenta da ADunicamp, professora Silvia Gatti, a Reitoria se comprometeu a realizar estudo que permita ampliar a concessão o Auxilio Saúde voltado não apenas para os convênios médicos particulares mas também ao IAMSPE a outras ações relacionadas à saúde como terapia, fisioterapia, odontologia entre outras. A professora Maria José abriu a Assembleia lembrando que as concessões dos auxílios, assim como o do reivindicado prêmio, não podem “perder a visão da luta coletiva por aumento de salário”. “Reconhecemos que os valores que serão pagos no aumento dos auxílios e o vale alimentação extra natalino serão significativos, especialmente para uma categoria que tem sido submetida ao longo dos anos a um contínuo arrocho salarial, sobrecarga de trabalho, adoecimento laboral e condições de trabalho cada vez mais precarizadas, com a perda da aposentadoria integral e da paridade para aqueles e aquelas que ingressaram após 2003. Mas não podemos permitir que esses benefícios sejam utilizados para justificar uma desvalorização dos salários e, por consequência, a desvalorização da carreira docente e a precarização das condições de trabalho na universidade”, avaliou.
PIDS NO CONDEMA
A professora Regina, que também representa a ADunicamp no Comdema (Conselho Municipal do Meio Ambiente) fez um relato, nos informes, da audiência pública ocorrida no sábado, 02 de novembro, na Câmara Municipal de Campinas para discutir o projeto do PIDS em Barão Geraldo. Ao final, mesmo contrariando o parecer técnico do Comdema, que se opôs ao projeto, o PIDS foi aprovado por 24 votos a favor e apenas seis contrários.
A professora informou que a Moção de Repúdio ao PIDS aprovada pela Assembleia Extraordinária da ADunicamp no dia 29 de outubro (leia aqui) foi apresentada por ela na audiência pública.
A professora Maria José lembrou, nos informes, as diversas programações da agenda da ADunicamp (ver aqui) para o mês de novembro, desde o Festival de Cinema Italiano – com diversas sessões duplas entre os dias 09 de novembro e 06 de dezembro – até a entrega do Prêmio Reconhecimento ADunicamp Professor Mohammed Habib, que irá acontecer no próximo dia 14 de novembro, no auditório da entidade.
Por fim, a mesa propôs uma moção contra a retomada dos rodeios em Campinas, que foi aprovada por unanimidade e aplaudida pelos(as) presentes. Confira abaixo a íntegra da moção, que foi enviada para a Prefeitura de Campinas e para a Câmara Municipal da cidade:
MAUS TRATOS A ANIMAIS NÃO É ESPORTE! MOÇÃO CONTRÁRIA A RODEIOS EM CAMPINAS
A Associação dos Docentes da Unicamp (ADunicamp) manifesta sua indignação, perplexidade e total repúdio em relação ao projeto de lei que propõe o retorno dos rodeios em Campinas. Trata-se de uma proposta completamente extemporânea que pretende revogar duas importantes legislações municipais: a lei municipal 11.492 de 2003, que proíbe a realização de rodeios, e o Estatuto Municipal de Proteção dos Animais, sancionado em 2017. Um retrocesso inaceitável. Campinas tem uma legislação de vanguarda no âmbito da proteção dos animais tendo sido inclusive imitada por outros estados e municípios.
Exortamos os vereadores que apoiaram em um primeiro momento essa proposta a reconsiderarem seu posicionamento. Se a motivação é de ordem econômica, que sejam promovidos e apoiados eventos culturais, esportivos e científicos que possam trazer recursos para a cidade, mas também promover entre a população a cultura do respeito, da proteção e do cuidado para com os demais seres com os quais compartilhamos a casa comum.
Tortura de animais não é cultura nem esporte!
Crueldade com animais não pode ser tratado como entretenimento!”
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