Com profundo pesar, a Diretoria da ADunicamp recebeu neste final de semana a notícia da morte do professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite, falecido na madrugada de domingo, 1 de dezembro, aos 93 anos de idade. Cientista de renome internacional, o professor deixa um legado inestimável para a Unicamp e para a ciência brasileira. E, por seu profundo compromisso com princípios humanistas e com a soberania e o desenvolvimento nacional, também deixa um legado de lutas em defesa da democracia e por uma sociedade mais solidária e justa.
Graduado em Engenharia Eletrônica pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), o professor Cerqueira Leite obteve seu doutorado em Física pela Universidade de Paris, a Sorbonne. Lecionou na Unicamp, onde dirigiu o Instituto de Física, criou o Departamento de Física do Estado Sólido, idealizou e consolidou o projeto Sirius do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), entre outras ações e participações fundamentais para a ciência e a tecnologia.
Mesmo com a saúde já debilitada, atuava como presidente do CNPEM (Conselho de Administração do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), um dos mais importantes complexos de pesquisa em ciência e tecnologia do Brasil. Integrava também o CCT (Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia). Ao longo de sua vida, teve participação fundamental em diversas instituições científicas, entre elas a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), entre outras, e recebeu homenagens como a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico e o título de Pesquisador Emérito do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
Mesmo com intensa atividade acadêmica e científica, o professor Cerqueira Leite nunca deixou de se manifestar publicamente contra injustiças sociais e políticas e em defesa da democracia e do desenvolvimento nacional.
Ao lado de familiares e da comunidade acadêmica, a ADunicamp lamenta profundamente essa perda que deixa um grande vazio para a ciência e para a sociedade brasileira.
Fotografia em destaque: Antonio Scarpinetti/Unicamp
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