Docentes da Unicamp se solidarizam com organizações que pedem ‘aparecimento com vida’ de Santiago Maldonado


Os docentes da Unicamp, reunidos em assembleia geral no último dia 13 de setembro, se manifestaram em solidariedade com o grande número de organismos de defesa dos direitos humanos que se manifestam na Argentina e em outros países da América Latina pedindo o “aparecimento com vida” de Santiago Maldonado, um jovem de 25 anos preso pela Gendarmeria Argentina (força armada de fronteiras), em um acampamento mapuche.
Em uma disputa por terras, a comunidade mapuche no sul da Argentina vive hoje um conflito com a empresa Benetton e com o Governo Nacional. Os povos originários daquela região foram despojados de suas terras, entre 1878 e 1875, por uma bem-sucedida campanha militar do General Roca. No atual conflito, como dizem as organizações de apoio aos mapuche, eles vivem um embate totalmente desigual, e por isso tem recebido apoio de inúmeras entidades de defesa dos povos originários e de direitos humanos.
No dia 1° de agosto, a Gendarmeria invadiu o acampamento, no qual se encontravam também colaboradores e integrantes de movimentos de apoio aos mapuche. Santiago Maldonado foi preso e conduzido coercitivamente, com destino desconhecido. Desde então está desaparecido.
O desaparecimento de Santiago tem provocado significativa mobilização da sociedade civil na Argentina. Na sexta-feira, 1° de setembro, na Praça de Maio, em Buenos Aires, mais de 250 mil pessoas se manifestaram. “Com vida o levaram, com vida o queremos”, diziam alguns cartazes. O irmão de Santiago, Sergio Maldonado, falou aos manifestantes, e também Estela, a mãe do jovem desaparecido, com o apoio de representantes das Avós e Mães de Praça de Maio e organismos de direitos humanos da Argentina.
Recentemente, jogadores do San Lorenzo de Almagro, entraram em campo exibindo uma faixa de protesto contra o desaparecimento de Santiago, apesar da proibição da Associação do Futebol Argentino. Nas redes sociais o protesto pelo sequestro do militante é onipresente.
Na década de 1970, dez anos depois das primeiras desaparições políticas na Argentina, o número de desaparecidos havia chegado a mais de 30 mil.
Assim, com preocupação, enxerga-se no desaparecimento de Santiago a possibilidade de uma nova escalada de terrorismo estatal, companheiro fiel das políticas econômicas de “austeridade” e antinacionais, em curso no Continente. Os países do Cone Sul, Chile, Argentina, Uruguai e Brasil, compartilham histórias semelhantes. Por isso a desaparição de Santiago Maldonado é também um problema nosso.
Lutemos por sua aparição com vida!


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