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Por Wagner Romão (professor Instituto de Filosofia e Ciências Humanas – IFCH e presidente da ADunicamp) e Renato Dagnino (professor do Instituto de Geociências – IG)
A reunião do Conselho Universitário do dia 26 de novembro irá examinar (e, eventualmente, aprovar) uma proposta de Política Institucional de Inovação que merece, dado seus potenciais impactos, uma rigorosa avaliação por parte de nossa comunidade.
Boa parte do que ali se propõe busca otimizar o que já vem sendo realizado por meio da Inova – Agência de Inovação da Unicamp. Fundada em 2003, ela tem se colocado como uma referência latino-americana no campo da promoção das relações universidade-empresa.
Por ser a Inova um elemento central dessa proposta, a ADunicamp convidou seu diretor-executivo para um debate com a comunidade universitária que foi realizado no último dia 18 (assista aqui ou no player ao lado). Após a sua apresentação, foram feitas várias manifestações e perguntas. Quase todas elas expressaram reservas em relação à proposta e ao papel que ela confere à Inova. Este texto recolhe e contextualiza alguns desses sentimentos e manifestações.
Não há dúvidas de que a relação universidade-empresa pode ser altamente benéfica para ambas as partes. Em todo o mundo as empresas se fortalecem quando absorvem o resultado da pesquisa universitária; principalmente, quando isso ocorre via a contratação dos pesquisadores que ela forma. A universidade recolhe por meio de sua relação com as empresas demandas cognitivas que contribuem para a formar melhores profissionais, em especial, os pesquisadores que vão contribuir para o sucesso comercial das mesmas e a competitividade das suas nações.
É um aspecto central da atuação da Unicamp no mundo empresarial a criação de empresas viabilizada através da Inova. Seu apoio às chamadas startups de integrantes do corpo docente e discente dedicado às ciências duras interessados em se incorporar ao mundo empresarial tem sido celebrado como sua principal contribuição para o desenvolvimento econômico do estado de São Paulo e do país.
Os documentos da Inova dão conta da importância em se criar um “ecossistema empreendedor ao redor da universidade”. Com esse objetivo, ela incorporou a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp, criada em 2001. E, pouco depois, contribuiu para a criação do Parque Científico e Tecnológico, que mantém no campus de Barão Geraldo as empresas por ela incubadas. Um resultado impressionante desse “ecossistema” é que o faturamento das mais de 700 “empresas-filhas da Unicamp”, que empregam mais de 30 mil pessoas, já alcança 8 bilhões de reais.
Ao que parece, foi essa trajetória de sucesso que projetou a Unicamp como uma das universidades que mais tem se destacado nesse âmbito, o que fez com que a Inova tenha sido colocada no centro operacional e de governança daquela proposta.
Há, no entanto, questões sérias a serem discutidas quando o modelo da Inova pretende se tornar, como determina a proposta, “a” Política Institucional de Inovação da Unicamp.
Neste texto, tratamos brevemente três dessas questões: o significado do que ali se refere como sendo as atividades de inovação “consoantes com a missão, valores e normas que regem a UNICAMP e orientam sua ação com a sociedade”, os impactos da proposta na própria Unicamp e a forma de governança proposta.
Em relação à primeira questão, há que considerar que, por opção de seus stakeholders, a Inova tem como foco apenas um arranjo econômico-produtivo, a empresa. Tal arranjo, embora hegemônico, está longe de ser o único numa sociedade capitalista periférica como a nossa. Neste sentido, a Inova – ainda que bem-sucedida no que se propõe a fazer – não é capaz de contemplar outras dimensões do que deve ser a missão de uma universidade pública junto à sociedade.
De fato, a proposta não considera a existência de outros arranjos, como os empreendimentos solidários baseados na propriedade coletiva dos meios de produção e na autogestão, que adquirem crescente importância econômica, social, cultural e ambiental no contexto nacional e em outras latitudes. Em consequência, não contempla, o que é aqui mais importante, aquilo que vem sendo chamado de tecnologia social, inovação social ou tecnociência solidária.
O conhecimento que necessita a economia solidária para se tornar sustentável e capaz de produzir os bens e serviços que todos consumimos, em especial aqueles que hoje são adquiridos mediante a compra pública e disponibilizados pelo Estado em retribuição ao imposto que pagamos, possui alto grau de originalidade científica e complexidade tecnológica. A Unicamp, pelo seu potencial tecnocientífico e pela sua vocação para realizar atividades de pesquisa, ensino e extensão de natureza multidisciplinar, talvez seja a instituição brasileira mais capacitada para participar da geração desse conhecimento.
Se no caso da empresa, o foco cognitivo da proposta se limita ao “empreendedorismo, gestão da inovação, propriedade intelectual e transferência de tecnologia”, no dos empreendimentos solidários, ele teria que incluir também solidariedade tecnológica, produção colaborativa e autogestionária, organização e gestão de redes de produção, comércio e crédito solidários, fomento de parcerias orientadas à adequação sociotécnica e à tecnologia social. Seu foco operativo deveria incluir nossa Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares tornando-a capaz de ampliar sua ação hoje muito reduzida, e de apoiar empreendimentos solidários no nosso Parque Científico e Tecnológico.
Mas há outra modalidade de produção de conhecimento absolutamente necessária em nossos dias que, por construção, escapa às atribuições da Inova, e que talvez por isto não apareça na proposta de Política de Inovação. Trata-se daquela atinente à operação das instituições públicas hoje tão insuladas e pouco valorizadas.
Não seria uma enorme contribuição da Unicamp ter um espaço para materializar ideias que, aproveitando-se do nosso potencial tecnocientífico acumulado nas áreas duras e de Humanidades, pudesse contribuir com soluções e inovações para melhorar nossas políticas públicas? Esse tipo de atuação da Universidade encontra-se atualmente dispersa em centros, núcleos, departamentos, linhas de pesquisa que não conversam entre si. E que estão longe de formar um conjunto institucionalmente coeso e valorizado a ponto de poder desenvolver uma política de pesquisa ou de produção de conhecimento; ou – caso se prefira o termo – uma “política de inovação”.
Nesses dois campos de atuação – da economia solidária e das políticas públicas – aqui apenas sintetizados há um potencial imenso para induzir e fortalecer comportamentos virtuosos na comunidade universitária, de maneira multi e interdisciplinar, articulando de modo participativo e democrático nossas ciências e artes. A Universidade sendo Universidade!
Por que isso não ocorreu até agora? Talvez porque não tenhamos sido até agora capazes de formular aquilo que antes – com maior propriedade, inclusive – chamávamos de uma política de pesquisa capaz de orientar-nos no cumprimento de nossa missão. Não se trata aqui, por isso, de criticar a Inova por aquilo que até hoje ela nunca se propôs fazer. Mas, quando se pretende que a experiência da Inova se torne estruturante de toda a Política de Inovação é preciso fazer o alerta que aqui se faz e cobrir as lacunas que ela apresenta. E isso, é evidente, tem que ser feito antes da aprovação da proposta.
No que se refere à segunda questão – os impactos que a proposta pode gerar no âmbito da Unicamp -, é preciso avaliar o risco que podemos incorrer ao não resguardar nossa universidade pública da lógica de competição típica dos ambientes privados, de mercado.
Dois aspectos se destacam como mais preocupantes. O primeiro diz respeito à relação que pode se estabelecer entre docentes, pesquisadores e funcionários da Unicamp caso a proposta venha a ser aprovada. Alguns de seus elementos tratam da permissão de uso de nossas instalações pelas empresas; da cessão de servidores às empresas com possibilidade de remuneração; de recompensas aos servidores pela exploração e uso das novas tecnologias. Outros, dizem respeito à possibilidade de que a própria Unicamp celebre contratos de licenciamento, de criação ou de transferência de tecnologia com empresas que tenham seus servidores em seu quadro societário, incluindo docentes em RDIDP.
Esses elementos são bastante discutíveis à luz de nossa missão. Eles poderão fragilizar uma de nossas principais características: o instituto da dedicação integral à Universidade. Poderão também dificultar o convívio entre departamentos e colegas e gerar – em tempos de arrocho salarial – uma corrida suicida dos servidores em busca de projetos pretensamente inovadores que pode levar até mesmo ao desprestígio da pesquisa básica na Unicamp, uma outra característica que muito prezamos.
O segundo aspecto é relativo aos riscos envolvidos quando se pretende aproximar uma universidade pública do mundo empresarial e financeiro. A proposta prevê a participação da Unicamp no capital social de empresas, inclusive por meio de contribuição financeira, o que implica um conjunto de obrigações e exposição ao risco que não nos parecem pertinentes a uma entidade pública com a missão da Unicamp. Propõe-se a criação de fundos de investimento constituído com recursos próprios, em um momento de enorme fragilidade orçamentária e de dificuldade de obtenção de recursos extra-orçamentários.
A última questão se refere à “governança” tratada no final da proposta. Ela tem a ver com o fato de a Inova ser colocada como “único Núcleo de Inovação Tecnológica da Unicamp”, responsável pela implementação da proposta. Caso essa proposição venha a ser mantida, será necessário que se incorporem ao escopo da Inova as missões derivadas das considerações feitas acima. Se isso não ocorrer, é grande a probabilidade que outras modalidades de produção e transferência de conhecimento para a sociedade formuladas em outras partes da Unicamp se percam pelo caminho.
É muito bom que a Unicamp pretenda elaborar uma política de pesquisa ou de produção de conhecimento original e aplicado, o que se tem chamado de “inovação”. Mas, essa política deve ser abrangente e articular todas as modalidades de conhecimento praticadas por nossa comunidade. Esta deve ser a convergência fundamental a sustentar essa iniciativa.
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