“As Quatro Estações”, do italiano Antonio Vivaldi (1678 – 1741), uma peça de fôlego que quebrou os padrões da época, atravessou os séculos e se tornou um dos mais populares clássicos da literatura orquestral é o destaque dos próximos concertos da Orquestra Sinfônica da Unicamp. As apresentações, com entrada gratuita, acontecem nos dias 7 às 19 horas, na Capela da Santa Casa de Campinas – dentro do projeto “Identidade, Música e Arquitetura, uma parceria do Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural da Unicamp e Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) –, no dia 8, às 20 horas, na ADunicamp (Unicamp) e no dia 9, em Mogi Mirim, na Igreja Nossa Senhora do Carmo. No solo e na direção do conjunto de cordas, o violinista Artur Huf.
Além de “As Quatro Estações”, quem não se rende ao som do chorinho ou do samba tocado no bandolim? Este instrumento, popularizado no Brasil pelo mestre Jacob do Bandolim e na nova geração por Hamilton de Holanda, também está no repertório com uma novidade: em uma obra escrita há quase 300 anos também pelo italiano Vivaldi. A interpretação será do músico Júlio César de Palma Daólio.
Em “As Quatro Estações”, as peças são acompanhadas de quatro sonetos que descrevem muito bem a música e cada uma das estações. Curiosamente, a obra traz a vida no campo e contrasta com a ideia do projeto Identidade Música e Arquitetura, que conta histórias da cidade de Campinas através dos espaços sonoros urbanos.
Vivaldi foi muito mais do que um compositor barroco. Compôs cerca de 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas. Gostava de criar músicas com efeitos brilhantes: saltos largos de um registro para o outro, tentativas de descrever os fenômenos naturais como tempestades, vento e chuva e contrastes nos instrumentos como uma montanha russa.
Hoje, Vivaldi é recordado principalmente pelo grande número de concertos para violino que escreveu – mais de 200. Ao mesmo tempo que parece pequeno quando comparado com o total que compôs para todos os instrumentos (cerca de 500). Apesar dessa fértil produção, sem dúvida sua popularidade atingiu o ápice com a genialidade de “As Quatro Estações”.
Os solistas
Artur Huf iniciou seus estudos com Afonso Krieger, continuando com Reinhold Sigwalt, Jacob Streithorst, Berenice Liedke, Moacir Del Picchia e Alberto Jaffé, além de importantes nomes do cenário musical mundial como Chaim Taub (Israel), Nicolas Chumachenko (Alemanha), Cecília Guida (Argentina – Brasil), Paulo Bosísio (Brasil) e Cláudio Cruz (Brasil). Estudou Regência na Unicamp. Foi maestro assistente da Sinfônica de Campinas em 2003 e 2004 e esteve à frente da Sinfônica da Unicamp em diversos concertos. Foi Maestro Assistente da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto em 2006. É spalla da Sinfônica de Campinas desde 2001, e da Sinfônica da Unicamp desde 1998.
Como solista, apresentou-se com diversas orquestras, como a Sinfônica de Americana, Sinfônica da Unicamp e Sinfônica de Campinas. Em sua carreira destaca-se ainda o trabalho com o Quarteto Darcos, com o qual ganhou vários prêmios, gravou um CD da obra camerística de Carlos Gomes, e realizou turnês na Argentina (1997), México e EUA (2001). Em 2010, fundou o grupo ArsBrasil, voltado para a música de câmara brasileira, com o qual lançou em CD o álbum triplo “Henrique Oswald – Música de Câmara”. Entre 2012 e 2014 foi diretor artístico e maestro da Orquestra Jovem de Paulínia.
Júlio César de Palma Daólio estudou violino com os professores Mário Supioni, Leonardo Massutti, Rafael Ramirez, Vladimir Gorathiakov, Frederico R. Barreto e outros. Foi membro das Orquestras Sinfônica e de Câmera de Bragança Paulista, de Câmera do Conservatório Carlos Gomes, e, além de músico, foi spalla e diretor da Orquestra
Jovem de Campinas. Atualmente é primeiro violino da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas e Orquestra Sinfônica da Unicamp. Iniciou-se no bandolim aos 12 anos com repertório erudito e popular. Estudou em São Paulo com os professores Mario Zenca (Itália) e Gutter Huter (Alemanha). Em 1978, fundou e integrou o conjunto regional Vibrações. Também é formado Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Sobre a Santa Casa de Misericórdia
Projetada pelo arquiteto Frei Eugênio de Rumilly, em 1871, em um terreno de 7.100 m², no Centro de Campinas, a Santa Casa de Misericórdia foi utilizada, originalmente, como hospital e abrigo para meninas órfãs.
Segundo parecer do Condephaat, em relação à Capela de Nossa Senhora da Boa Morte, o imóvel apresenta “estilo típico do Brasil da época, misturando a arquitetura tradicional popular do império com estilo neoclássico vindo da Europa”.
A partir de modestas doações de materiais de construção, trabalho operário e veículos para o transporte das cargas, a construção da Santa Casa de Misericórdia de Campinas só foi possível graças ao forte envolvimento de pessoas das mais diversas categorias sociais.
As paredes de pedra do hospital começaram a ser erguidas em 1871. A capela, erguida em taipa de pilão, recebeu galerias laterais sustentadas por colunas de madeira, teto em abóboda e altar em mármore. Até a inauguração da Matriz Nova (Catedral), em 1883, a beleza da capela a consagrou como o “templo religioso que mais encantava aos fieis da cidade”. O templo também recebeu, em 1907, as telas laterais de Concilis e as esculturas em mármore de Santa Izabel, de São Vicente de Paulo e de Nossa Senhora da Boa Morte em redoma de vidro.
Programa
Antonio Lucio Vivaldi (1678–1741) – Concerto para bandolim e orquestra de cordas em Dó Maior
Solista de Bandolim: Julio Daolio
Antonio Lucio Vivaldi – As Quatro Estações
I – A Primavera
II – O Verão
III – O Outono
IV – O Inverno
Solos e direção: Artur Huf, violino
Serviço
Orquestra Sinfônica da Unicamp
Projeto Identidade Música Arquitetura
Ensemble de Cordas da OSU
Artur Huf, violino
Júlio Daólio, bandolim
Quando:
Quarta, 7 de junho, 19 horas, Capela da Santa Casa de Campinas (Rua Benjamin Constant, 1657 – Centro, Campinas)
Quinta, 8 de junho, 20 horas, ADunicamp (Unicamp)
Sexta, 9 de junho, 19h30, Igreja Nossa Senhora do Carmo (Mogi Mirim)
Entrada gratuita
0 Comentários