Nesta sexta-feira, dia 29 de setembro de 2023, teve início o IV Encontro Nacional do ANDES-SN sobre Carreira Docente do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) e Ensino Básico das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (IEES/IMES). O primeiro dia do evento, que teve sua realização deliberada no 66º Conad, ocorreu no auditório Marielle Franco, na sede do Sindicato Nacional (Brasília/DF) e contou com a participação da ADunicamp, que foi representada pelos professores Edson Joaquim dos Santos (ADunicamp e COTUCA) e Francisco Fonseca Rodrigues (COTUCA). O Encontro termina neste sábado, dia 30 de setembro de 2023 (veja a programação no final do texto).
A abertura do evento foi coordenada pela professora Andréa Cristina Cunha Matos (UFPA), 1ª vice-presidenta da Regional Norte II, que, antes de compor a mesa inaugural, destacou a programação do evento. “Vamos tratar sobre temas que afetam a estrutura da carreira, tais como as progressões e as promoções. Teremos uma mesa sobre a carreira única de professor federal, que envolve diretamente as e os docentes EBTT e vamos abordar a questão da unidade de lutas das categorias”, disse.
Participaram da abertura as professoras Clarissa Rodrigues (UFOP), 2ª vice-presidenta da Regional Leste; Francieli Rebelatto (UNILA), Secretária Geral; e Jennifer Susan Webb (UFPA), 1ª Tesoureira, que agradeceu a presença de todos(as) e enalteceu a importância da realização do encontro. “Quero saudar e agradecer a oportunidade de encontrar todas e todos aqui. Foi uma luta para conseguir esse espaço dentro do ANDES-SN, resultado de uma construção coletiva, com o objetivo de compreender a especificidades que traz a união das lutas das carreiras EBTT e Educação Básica. A conquista deste espaço dentro do sindicato é uma conquista de todos nós. A luta da carreira EBTT é a luta da Educação Básica. É a luta do ANDES-SN. Esse é nosso sentimento”, concluiu.
LUTA CONJUNTA
A primeira mesa do Encontro discutiu a “luta conjunta da educação básica, técnica e tecnológica, e do magistério superior”. Participaram os professores Davi Lobão (UFMA) e Davi Lobão (SINASEFE). A mesa foi mediada pela professora Jennifer Susan Webb (UFPA), 1ª Tesoureira do ANDES-SN.
Foram abordados temas como a defesa dos Institutos Federais (IFs), dos Centros Federais de Ensino Tecnológico (CEFETs) e dos Colégios de Aplicação e Educação Básica; a construção da luta conjunta pela carreira única; a defesa da revogação da portaria 983/20 do MEC propõe nova regulamentação das atividades docentes dos(as) professores(as) dos IFs; as discussões sobre permanência estudantil e aposentadoria; o resgate da militância frente às demandas acadêmica e da vida pessoal; além de um resgate histórico das principais lutas conjuntas recentes, como a construção da campanha “Escola sem Mordaça”.
Referente às Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES), a plenária apresentou a proposta de que o ANDES-SN proporcione dentro do espaço de discussões das carreiras EBTT e Ensino Básico, e do próprio Encontro, a criação de um fórum específico para tratar das questões da carreira de Ensino Técnico dentro do âmbito das IEES. A proposta foi elaborada pela professora Rosineide Freitas (UERJ) e pelo professor Edson Joaquim dos Santos (COTUCA) que participa do Encontro representando a ADunicamp.
RELATOS E EXPERIÊNCIAS
A segunda mesa do IV Encontro Nacional do ANDES-SN sobre Carreira Docente do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) e Ensino Básico das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (IEES/IMES) trouxe relatos e experiências sobre os enfrentamentos e as possibilidades de organizações de lutas. As professoras Andréa Cristina Cunha Matos (UFPA), 1ª vice-presidenta da Regional Norte II; Luciana Soares Criarte (UFES); Ione Mendes (UFG) e Rosineide Freitas (UERJ), compuseram a mesa (foto acima) e relataram suas experiências. O professor Breno Santos (UFMT) foi o mediador da atividade.
As quatro professoras contaram sobre suas vivências em seus locais de trabalho. Andrea Cristina Cunha Matos (UFPA) trouxe sua pesquisa sobre o perfil docente da educação infantil durante a pandemia na UFPA. Ela ressaltou a necessidade de estudos específicos sobre o trabalho docente na pandemia, de acordo com área de atuação docente.
“Esse (o ANDES-SN) é nosso espaço de organização para a luta. É aqui que nós precisamos ocupar e nos fortalecer para a luta, socializar e conhecer a realidade. Essa é uma mostra muito pequena da realidade dos nossos colégios de aplicação e nossas escolas”, afirmou Andrea.
“São muitos desafios e temos que pensar, a partir desse encontro, elaborações para resoluções nesse sindicato para apresentar como propostas nos eventos deliberativos, como por exemplo da defesa da Educação Infantil nas Escolas e Colégios de Aplicação”, concluiu a diretora do ANDES-SN.
Luciana Soares reforçou também que o debate sobre carreira é menor na educação infantil. “A compreensão política da carreira na educação infantil tem limite até por conta da proposta pedagógica hegemônica na educação infantil”, afirmou. “Administrar a educação infantil em precarização e ainda atender o fluxo de estudantes estagiários de graduação intensificou sobremaneira o nosso trabalho”, acrescentou a docente da Ufes.
Ione Mendes afirmou que é importante fazer o enfrentamento também nos espaços de trabalho e no diálogo com demais colegas docentes. “Temos que pensar bastante nas condições de trabalho, sobretudo dos professores da educação infantil. E pensar com melhor qualidade”, disse a professora da UFG.
Rosineide Freitas partilhou seu processo de descolonizar a prática político-pedagógica como estratégia de luta. “Pensando no espaço que desenvolvemos educação básica nesse nível, se a luta antirracista não estiver na nossa prática, algo está muito errado”, afirmou. A professora da Uerj reforçou a responsabilidade conjunta, mas principalmente das pessoas brancas, no enfrentamento ao racismo e na luta antirracista.
“Vivemos em uma sociedade racializada, supremacista branca cishéteronormativa, punitivista, eurocentrada. Desta forma, a função social do trabalho realizado no âmbito da Educação forma deve ser desvelar os sistemas opressores desta sociedade para contribuir com o processo que promoverá a sua superação”, acrescentou.
“O que nós estamos fazendo hoje com os estudantes pretos que estão sob nossa responsabilidade? Como estamos reproduzindo isso nos nossos projetos pedagógicos?”, questionou. “O mundo que está por vir não pode ter a cor da pele como sinônimo de vida ou morte! Com racismo não há educação efetivamente popular”, concluiu, reforçando a necessidade de intensificar a luta pela efetivação de lei 12.990/2014 e suas correlatas nos estados, que garante cota para pessoas negras nos concursos públicos.
Diversas professoras e professores se inscreveram para contar sobre a realidade em seus locais de trabalho e os desafios impostos, desde a precarização nas condições e locais de trabalho, a falta de docentes, o preconceito por parte de pessoas da própria categoria com docentes do EBTT e o enfrentamento ao racismo nos espaços escolares.
SÁBADO
Cerca de 60 d0centes de diversas regiões do Brasil participam do IV Encontro Nacional do ANDES-SN sobre Carreira Docente do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) e Ensino Básico das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Iees/Imes) que seguirá neste sábado, dia 30 de setembro de 2023, com quatro atividades programadas:
9h – Mesa: Carreira única professor/a federal e carreira nas estaduais
10h30 – Mesa: Desafios das especificidades EBTT no ensino-pesquisa-extensão
14h – Exibição do documentário: nem (novo ensino médio): um fracasso anunciado, do Diretor Carlos Pronzato
18h – Mesa: Reforma do Eensino Médio – excludente, precário e alienante.
ADunicamp
[…] O professor Edson Joaquim dos Santos (foto), docente do COTUCA e diretor da ADunicamp, fez uso da palavra para apresentar novamente a proposta de que o ANDES-SN proporcione dentro do espaço de discussões das carreiras EBTT e Ensino Básico, e do próprio Encontro, a criação de um fórum específico para tratar das questões da carreira de Ensino Técnico dentro do âmbito das IEES. A proposta foi elaborada pelo professor Edson e pela professora Rosineide Freitas (UERJ), responsável por apresentar a ideia no primeiro dia do evento, durante a mesa “luta conjunta da educação básica, técnica e tecnológica, e do magistério superior” (leia aqui). […]