“A ADunicamp está reerguida, estamos hoje de maneira forte dentro da Universidade e de maneira forte também fora daqui”, afirmou a professora Silvia Gatti (IB), durante a cerimônia de posse da nova Diretoria e do CR (Conselho de Representantes) da ADunicamp, ocorrida nesta terça-feira, 28 de maio. A professora presidiu a entidade na gestão 2022/2024 e foi reeleita ao cargo para a gestão 2024/2026 pela chapa “ADunicamp, História e Futuro Vivos: Valorizando a Educação, Defendendo a Universidade Pública e a Democracia”.
“Nessa gestão que se encerra, buscamos de maneira contundente estar presentes na vida de docentes e da comunidade acadêmica. Hoje nossa associação é mais pujante, mais vibrante do que era anos atrás”, ressaltou.
Silvia apontou alguns destaques das centenas de eventos, ações e mobilizações feitas durante a gestão passada, mas ressaltou em seu discurso de posse os novos desafios que se apresentam para a ADunicamp num mundo conflituoso e em mudanças.
“Vivemos em pleno século XXI onde a comunicação é rápida e ágil. Porém, enfrentamos um mundo globalizado com guerras e dizimação de pessoas, pobreza, fome, intolerância religiosa e pandemias, como se estivéssemos em séculos passados. Enfrentamos mudanças ambientais decorrentes fundamentalmente da ação humana. (…) E qual é o nosso papel nesse cenário todo? Devemos nos aproximar mais da sociedade como um todo”, discursou.
A amplitude das demandas sociais e ambientais apontadas por ela exige políticas públicas também amplas, “já que são elas que atingem todas as cidadãs e cidadãos”. “Logo, como representantes de uma categoria no interior de uma Universidade Pública, temos também a responsabilidade de promover e cobrar essas ações, mantendo nossa missão no ensino, na pesquisa e na extensão.”
A presidenta apontou ainda as lutas urgentes que devem ser travadas dentro da Universidade. “Devemos dar destaque à história da ADunicamp, enquanto uma associação de docentes ligada à criação do F6, à autonomia universitária e às muitas lutas pelos nossos direitos. Mas o passado não pode nos sustentar: precisamos nos mobilizar, estarmos coesos hoje! Ainda temos pontos de nossa pauta de muitos anos sem decisões. (…) Enfim, temos um futuro à frente, de trabalho e compromisso”, afirmou ela, destacando, entre outros, reivindicações históricas como a valorização dos níveis iniciais da carreira docente e da carreira PAEPE”.
GESTÃO É APROVADA
Antes da cerimônia de posse, e por determinação do Regimento da ADunicamp, ocorreu uma Assembleia Geral para apresentação e aprovação do Balanço da Gestão. Ao final, depois da apresentação feita pela 1ª tesoureira da entidade, professora Diama Bhadra do Vale (FCM), o balanço foi aprovado por unanimidade dos(as) docentes presentes.
Diama apresentou um relatório detalhando os recursos e destinação dos gastos da entidade durante os dois anos da gestão. E destacou especialmente o grande número de ações sindicais, sociais, políticas e culturais ao longo do período. “Foram muitas atividades sindicais, fóruns, congressos, comemorações, cinema teatro e atividades associativas que proporcionam a aproximação e bem-estar de nossos docentes.”
A professora relatou as importantes ações sociais apoiadas pela ADunicamp, como a Escola Florestan Fernandes, a Cozinha Solidária do São Marcos, os Sem-Terrinha, entre outras. “Tivemos um cuidado muito especial também com o movimento estudantil e em particular com estudantes indígenas. A Unicamp foi a primeira universidade que acolheu indígenas e nós, como sindicato, sentimos a importância de darmos apoio. E isso foi muito importante no começo, na chegada deles, até conseguirem outros apoios e financiamentos.”
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Embora a ADunicamp tenha um excelente equilíbrio financeiro e um caixa confortável, Diama lembrou que “esse capital não está ali pra ser acumulado, mas pra ser investido e utilizado nas ações, mobilizações e eventos, de acordo com as decisões políticas da entidade”.
E são essas ações, afirmou ela, que permitiram o crescimento no número de associados(as) durante a gestão. A ADunicamp foi o sindicato brasileiro, de todas as categorias de trabalhadores(as), que mais cresceu proporcionalmente à sua base em 2023. Foram registradas 164 novas filiações, para uma base sindical de 2362 docentes. “Num momento de retração dos sindicatos vemos um interesse crescente, como raros no Brasil hoje, pelo nosso sindicato.”
CASA LOTADA
As cerimônias de posse e de encerramento da gestão foram acompanhadas por um auditório completamente lotado e com a presença de dezenas de integrantes de entidades sindicais e da sociedade civil. A equipe de cerimonial do evento registrou também as seguintes presenças: Marília Alves Gorttzki – Núcleo de Consciência Trans; Andréa Galvão – Diretora do IFCH; Lucas Fortevis – Sinpro; Alberto de Souza e João Carlos Camargo de Oliveira – Sintunesp; Carlos Eduardo dos Reis – Sindipetro/SP; Renato Libânio – Livres; Márcio Moreto – Adusp; Denise Rykala – Sinteps; Alê Medeiros – Químicos Unificados; Vitor Hugo – Cresol; Gerson de Oliveira – MST; José Dari Krein – Diretor do Cesit; Elaine Athyde – Superintendente do HC; Adriana Nunes – Gabinete do Reitor; Rachel Meneguelo – Pró Reitora de Graduação; Fernando Sarti – Pró Reitor Desenvolvimento Universitário; Petrilson Pinheiro – Diretor do IEL; Fernando Coelho – Pró Reitor de Extensão.
Alta representatividade na cerimônia de posse
Assim como em todo o plenário, a mesa da cerimônia de posse teve uma representatividade ampla. Participaram dela, além da presidenta empossada, professora Silvia Gatti (IB), o reitor da Unicamp, professor Antonio J. A. Meirelles, o Tom Zé; a coordenadora Geral da Unicamp, professora Maria Luiza Moretti; a 1ª vice-presidenta da Regional São Paulo do Andes-SN, coordenadora do Fórum das Seis e presidenta da Adusp, professora Michelle Schultz Ramos; a coordenadora Geral do STU, Elisiene Lobo do Nascimento; e, como integrantes da Coordenação do DCE da Unicamp, Thiene Ramos e Felipe Dias de Araújo. O 1° vice-presidente da gestão 2022-2024, professor Mauro Antônio Pires Dias da Silva, também integrou a mesa com a missão de transmitir o cargo para a professora Silvia.
“Estou aqui para trazer uma mensagem de prestígio pela importância do papel que a ADunicamp cumpriu e está cumprindo agora. Acompanhei sempre o papel que a ADunicamp teve na história da Unicamp e no papel que tem hoje na coordenação das ações docentes”, disse o reitor Tom Zé. Ele parabenizou a gestão 2022/2024, que chamou de “uma gestão vitoriosa”, e ressaltou a importância das diferenças de opiniões que surgem nas negociações. “Às vezes, com a Reitoria, as coisas convergem, às vezes divergem. Mas muitos dos avanços que tivemos na história da Universidade vieram das pressões das entidades.” Ele afirmou ter “muita proximidade com as demandas do movimento docente” e disse que a ADunicamp é essencial para conduzir e lutar por essas demandas.
Thaísa e Felipe, do DCE, avaliaram a importância da unidade “entre as entidades representativas de docentes, estudantes e trabalhadores(as)” neste momento de “ataques a escolas e Universidades”, em especial para enfrentar os cortes propostos pelo governo estadual a orçamentos de educação e pesquisa. “Estarmos aqui, todas as entidades juntas, é uma indicação de que caminhamos para reforçar nossa união, para construirmos uma Universidade cada vez melhor”, disse Fernando. Thaíssa afirmou que, em nome do DCE, parabenizava e agradecia a gestão que sai e a que começa “pelas boas relações mantidas entre as entidades” nos últimos anos. “Muito importante que representação estudantil esteja cada vez mais unida com docentes”, avaliou ela.
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Na mesma direção, a coordenadora Geral do STU, resgatou a proximidade entre as entidades “durante as dificuldades vividas pela última gestão”, desde o difícil começo, em plena pandemia. Ela ressaltou a importância “da resistência da ADunicamp” nas ações e lutas travadas no período e, ao lembrar seu início recente na militância sindical, apontou a missão fundamental dos sindicatos na construção de uma sociedade mais justa e melhor. “E pensando no futuro, pensando na sociedade que vamos deixar para minha neta, que foi quem me inspirou a começar militar.”
A professora Michele fez questão de informar que estava ali em nome do Fórum das Seis, que completou, em abril, 36 anos de existência. “A vida das entidades, e falamos aqui da ADunicamp, se mistura com a vida do Fórum.” Ela agradeceu as importantes participações da gestão que se encerra nas ações e mobilizações do Fórum das Seis e apontou a necessidade de uma dedicação redobrada à “luta coletiva”. “Temos sido alvos de ataques”, especialmente desfechados pelo atual governo estadual, “e o Fórum das Seis e suas entidades têm lutado” nesse enfrentamento “e precisam continuar lutando.
A ADunicamp sempre teve, desde a sua fundação, um papel fundamental para levar a Unicamp a cumprir o papel “que a universidade deve à democracia e à sociedade”, avaliou a professora Maria Luiza Moretti. “A ADunicamp cuida das nossas lutas, as lutas dos professores. E leva até nós o debate e as demandas que nos permitem moderar o caminho. A ADunicamp tem o papel moderador de trazer a visão da comunidade docente” para quem está na gestão da Universidade.
Mandato encerrado: início difícil, atuação vibrante
“Assumimos a diretoria em junho de 2022. Ainda estávamos com incertezas decorrentes da Covid-19 que nos levou perto de 700 mil vidas devido às não ações de um governo negacionista e de extrema direita, mas diante da esperança de não permitirmos sua continuidade em nosso país”, lembrou a professora Silvia Gatti (IB), durante a cerimônia de encerramento do mandato da gestão iniciada em 2022.
Mas, mesmo diante das dificuldades iniciais, apontou a professora, a gestão cumpriu o compromisso proposto no lema da chapa pela qual foi eleita “ADunicamp sempre viva: cuidar do ambiente, cuidar das pessoas” – lema que foi utilizado ao longo de todo o mandato.
Silvia fez um breve relato das centenas de realizações da ADunicamp no período, desde atividades sindicais, da luta por melhores salários e qualidade de vida a docentes, até as ações políticas, culturais e solidárias, entre muitas outras.
Algumas das ações mais significativas do mandato, lembrou ela, estão relatadas no Boletim ADunicamp (leia aqui) que foi entregue aos participantes da cerimônia e também está disponibilizado no site da entidade.
PARTICIPAÇÕES
Diretores(as) da gestão 2022 participaram da mesa na cerimônia de encerramento, a convite da professora Silvia, e fizeram breves destaques de suas participações no mandato.
O professor Wanderley Martins, diretor Cultural do mandato encerrado e que segue no cargo na nova gestão, lembrou as reformas que foram feitas na sede da ADunicamp e falou da reforma e modernização dos equipamentos do auditório. “Foi um prazer participar da gestão que se encerra e também é um prazer estar nesta gestão e neste auditório que foi palco de muitos eventos. As reformas são elogiadas por todos os técnicos e pelas pessoas que participam dos eventos. Temos um equipamento de alta qualidade, um cinema especial. Temos um alto volume de eventos e muita gente querendo realizar eventos neste auditório. Já somos e queremos continuar sendo também polo para as comunidades de Barão Geraldo e da região”, disse ele.
A professora Maria José Mesquita (IG), que atuou como 2ª tesoureira e atuará como diretora de Comunicação no novo mandato, apontou a importância do sentido do lema da gestão encerrada. “ADunicamp sempre viva – cuidar do ambiente, veio de estarmos saindo da pandemia. Cuidar do ambiente, cuidar das pessoas foi uma bandeira que a gente trouxe e temos que cuidar cada vez mais disso”, apontou. Ela lembrou várias ações da ADunicamp de apoio a indígenas e também às comunidades trans e negras, dentro e fora da Universidade. “São pautas que fazem parte de uma organização sindical de professores.”
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Para a diretora de Comunicação do mandato em encerramento, professora Regina Célia da Silva, a sua participação na gestão “foi uma enorme escola”. Sem experiência sindical anterior, Regina participou intensamente de eventos, mobilizações e ações da ADunicamp, durante o mandato. “A política sindical nos leva a conhecer coletivos, nos abre possibilidades e nos leva a ver a importância da mobilização. E isso foi forte, desde o início, pois a gente assumiu no epicentro da guerra, em 2022. Mas fomos nos preparando para a vida, na vida. Por isso eu digo: quem não participa da vida sindical, venha.”
O 1° vice-presidente Mauro Antônio Pires Dias da Silva (FEnf) alertou para a importância da mobilização neste momento e do fortalecimento de ações da ADunicamp. “Ao longo destes anos muitas mudanças ocorreram nas Universidades e eu sinto agora uma grande ameaça para as Universidades Públicas. A realidade é que esse governador que está aí (Tarcísio de Freitas) quer realmente o desmonte das Universidades Públicas. E é só com mobilização que vamos enfrentar isso. O grande desafio da ADunicamp na atualidade é chamar apoios para que os movimentos tenham mais força. Sem participação das bases e apoios dos docentes não vai ter resistência.”
Conheça a chapa e o CR que vão conduzir a nova gestão
Diretoria: Presidenta – Maria Silvia Viccari Gatti (IB), 1ª Vice-Presidenta – Silvia Cristina Franco Amaral (FEF), 2º Vice-Presidente – Luciano Pereira (FE), 1ª Secretária – Elaine Prodócimo (FEF), 2ª Secretária- Maria Cristina Bahia Wutke (Cotuca), 1ª Tesoureira – Regina Célia da Silva (CEL), 2ª Tesoureira – Eneida de Paula (IB), Diretor Administrativo – Marcelo Alexandre Prado (FEA), Diretora de Imprensa – Maria José Mesquita (IG), Diretor Cultural – Wanderley Martins (IA).
E, para o Conselho de Representantes, foram eleitos os/as 19 representantes de 13 Unidades: Giocondo Mário Negro Filho (COTIL); João Ernesto de Carvalho e Mary Ann Foglio, pela FCF; Edivaldo Góis Junior e Mariana Simões Pimentel Gomes, pela FEF; Evaldo Piolli e Lucas Barbosa Pelissari, da FE; Josely Rimoli e Milton Shoiti Misuta, da FCA; Martin Francisco Pareja Piaggio (IB); David Jozef Cornelius Debruyne (IG); Stella Zagatto Paterniani (IFCH); Mario Antonio Gneri (IMECC); Aquiles Tescari Neto e Cynthia Agra de Brito Neves, pelo IEL; Danielle Satie Kassada, Débora de Souza Santos, FENF; Marcus Vinicius Segantini Bonança (IFGW) e Diama Bhadra Andrade Peixoto do Vale (FCM).
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