Abril Indígena: documentário “Aguyjevete Avaxi’i” emociona plateia lotada na ADunicamp


Como parte da programação do evento Abril Indígena – Semana dos Acadêmicos Indígenas da Unicamp, a ADunicamp exibiu no dia 23/04, o documentário Aguyjevete Avaxi’i (Kerexu Martim, 2023, 21 min, Brasil, livre), e contou a com presença da diretora do filme, a cineasta Kerexu Martim e mediação de Larissa Ye’padiho Mota Duarte, estudante de Artes Visuais na Unicamp e articuladora da Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas (Katahirine).

Mais do que uma sessão de cinema, o encontro foi uma aula de sensibilidade, resistência e afirmação identitária. A sessão lotada reuniu estudantes indígenas e não indígenas, docentes e comunidade externa em torno de uma narrativa potente sobre ancestralidade, espiritualidade e retomada territorial.

O filme, que já conquistou reconhecimento com menção honrosa no Festival É Tudo Verdade 2024 e o prêmio Helena Ignez na 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes, narra a retomada do plantio das variedades tradicionais de milho do povo Guarani M’bya na aldeia Kalipety, território que antes sofria com a devastação ambiental causada pela monocultura do eucalipto. Mais que uma história sobre agricultura, o documentário celebra o milho como alimento sagrado, símbolo de conexão espiritual e resistência coletiva.

Kerexu Martim, de apenas 22 anos, mora na Terra Indígena Tenondé Porã, na região sul da capital paulista. Em sua estreia como cineasta, ela emocionou a plateia não só com as imagens e palavras que compõem seu filme, mas também com a generosidade e firmeza com que respondeu às perguntas feitas durante o debate. Indagada sobre como é ser cineasta indígena, Kerexu respondeu com a maturidade de quem sabe que sua presença ali, atrás e à frente das câmeras, é um ato político: “Ser cineasta indígena é contar nossas histórias do nosso jeito. É mostrar que estamos vivos, que temos voz, que temos arte”, disse.

A conversa girou em torno da potência de seu olhar feminino e indígena, da escolha cuidadosa das imagens, da espiritualidade presente no filme e dos desafios enfrentados para produzir cinema em contexto de escassez de recursos. Ao falar sobre o processo de criação, Kerexu explicou como a narrativa surgiu do cotidiano da comunidade e da importância de resgatar o plantio do milho tradicional como forma de resistência cultural e espiritual.

Kerexu Martim e Larissa Ye’padiho Mota Duarte são integrantes da Katahirine Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas, uma articulação que nasce do desejo coletivo de fortalecer a produção audiovisual das mulheres indígenas no Brasil e América Latina. A rede atua como uma resposta concreta ao apagamento histórico das vozes indígenas nos meios de comunicação e como um espaço de afeto, troca e formação.

Abril Indígena – Programação

A programação da Semana dos Acadêmicos Indígenas segue até sexta-feira, dia 25/04, com atividades em diversos espaços da universidade. Oficinas, rodas de conversa, contação de histórias, apresentações culturais, jogos tradicionais e mostras artísticas compõem uma agenda construída coletivamente por estudantes indígenas e seus aliados.

Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público, reforçando o caráter democrático e celebrativo do evento.

| Serviço |

Abril Indígena 2025 – Semana dos Acadêmicos Indígenas da Unicamp

de 23 a 25/04/2025

Confira a programação completa no Instagram do evento: https://www.instagram.com/p/DIMcKD4uE8_/?img_index=1

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