O Ato de Desagravo à Unicamp, que aconteceu no dia 10 de abril, na Câmara Municipal de Campinas, evidenciou que a universidade pública não está sozinha, reunindo representações de dezenas de entidades e coletivos organizados da sociedade civil, em resposta aos ataques da extrema direita à Unicamp, em especial ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), às cotas trans recém-aprovadas e à própria ideia de uma universidade pública, democrática e inclusiva.
A ADunicamp esteve presente, representada pela professora Regina Célia da Silva (CEL), diretora tesoureira da entidade e, durante a sessão participou da mesa representante ao lado do professor Fernando Coelho, pró-reitor de Extensão da Unicamp, recém eleito Coordenador-geral da Universidade; da professora Andréa Galvão, diretora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH); representante do DCE, além de outras lideranças, que reforçaram em seus discursos o posicionamento institucional da Unicamp em defesa da diversidade, da inclusão e da liberdade acadêmica.
Em sua fala, a professora Regina condenou os ataques e afirmou que docentes sempre foram resistência dentro da universidade, lembrou que ADunicamp e Andes-SN foram criados em plena ditadura cívico militar. Reforçou a importância de respostas dos movimentos sociais também contra o projeto político de militarização das escolas do governo Tarcísio.
A extrema direita escancarou mais uma vez seu projeto de poder baseado no racismo, na transfobia, no ataque à ciência e na criminalização da política. Os ataques ao IFCH e a toda a comunidade, aconteceram nos dias 24 e 27 de março, e não vieram por acaso. A destruição de murais com figuras do movimento negro e trans, a disseminação de discursos de ódio e o desrespeito à autonomia universitária ocorreram no mesmo momento em que a Unicamp aprovava, com amplo respaldo da comunidade, a política de cotas para pessoas trans, travestis e não binárias. Um passo histórico e necessário para romper com as estruturas excludentes da educação superior.
Além de destruírem símbolos de luta e memória, os agressores atacaram também as vereadoras Mariana Conti e Paolla Miguel, alvos de violência política e de gênero dentro da própria Casa Legislativa.
Esse cenário de ofensiva conservadora, que tenta calar os corpos dissidentes e os saberes produzidos fora da lógica colonial e patriarcal, só fortalece a urgência de uma frente ampla antifascista nas universidades e nas ruas. O Ato de Desagravo foi uma resposta, um chamado à ação, à solidariedade e à defesa radical da democracia.
Estiveram presentes também no Ato de Desagravo à Unicamp os representantes das seguintes entidades e coletivos:
@ifch.unicamp
@unicamp.oficial
@nct_unicamp
@ncn_unicamp,
@andessindicato,
@stu_unicamp
@dceunicamp
@cdhoabsp
@maespeladiversidade
@coletivo_ainu
@quimicosunificados
@metalcampinas
@promotoraslegaispopulares_cps
@minhacriancatrans
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