A Assembleia Geral de Docentes da Unicamp, reunida no auditório da ADunicamp nesta quarta-feira, 22 de novembro, decidiu aderir à Paralisação Unificada do Funcionalismo Público Paulista, que ocorrerá no próximo dia 28 de novembro (terça-feira). Como agenda da paralisação, está previsto Ato Público em frente a Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), a partir das 15 horas. A ADunicamp irá disponibilizar transporte a docentes interessados/as em participar (mais informações abaixo).

A paralisação e o ato na Alesp são organizados pela Frente Paulista em Defesa do Serviço Público, movimento que reúne mais de 90 entidades sindicais do funcionalismo, como protesto contra cortes na Educação e contra as privatizações e a Reforma Administrativa que têm sido executados pelo governo Tarcísio de Freitas. A paralisação também tem o apoio do Fórum das Seis.

“Tarcísio está propondo, na Educação, um corte bilionário com a diminuição dos repasses do ICMS de 30% para 25%. Lembrando que está incluído aí a cota-parte de 9,57% das Universidades Paulistas”, apontou a presidenta da ADunicamp, professora Silvia Gatti (IB). Ela lembrou também que, na questão das privatizações, estão em jogo neste momento a Sabesp e o Metrô de São Paulo. “A Frente é muito ativa e organizada, pautada na valorização do servidor público, e as ações neste momento estão direcionadas aos ataques do atual governo paulista aos serviços públicos”, disse.

A professora Sílvia afirmou que tanto a Frente quanto o Fórum, e também a ADunicamp, não são contra a Reforma Administrativa. “Mas precisamos saber como ela se dará, quais são as propostas reais e que efeitos terá sobre as nossas universidades e o serviço público em geral. O que queremos é transparência e canais de diálogo.”

TRANSPORTE PARA O ATO

A ADunicamp participará do Ato Público em frente a ALESP no dia 28 de novembro de 2023. Os/as docentes interessados/as em ir para São Paulo/SP, deverão enviar e-mail para rose@adunicamp.org.br, manifestar o interesse em participar do ato e solicitar a reserva no transporte. O e-mail deverá ser enviado impreterivelmente até às 14h horas do dia 27 de novembro (segunda-feira).

FUNDO SOLIDÁRIO UNIMED

A partir de uma proposta do plenário, a Assembleia aprovou o adiamento da votação sobre a constituição pela ADunicamp do Fundo Solidário Unimed. A ADunicamp deverá fazer nova divulgação da proposta detalhada do plano, que está pronta e já foi avaliada pela Assessoria Jurídica da entidade. A ADunicamp também deverá criar um canal de comunicação com docentes conveniados/as da Unimed, para receber eventuais propostas e sugestões.

O Fundo Solidário Unimed seria constituído a partir de uma contribuição mensal equivalente a 1% da mensalidade paga por docentes conveniados/as ao plano de saúde. Os recursos aplicados seriam utilizados para dar suporte e manter no plano docentes que estivessem em dificuldades financeiras momentâneas.

“Observamos que muitas das desfiliações de docentes ocorrem por dificuldades financeiras momentâneas e isso foi agravado na pandemia, quando filhos e parentes de colegas acabaram perdendo emprego. Então o Fundo teria a missão de manter docentes que estivessem nessa situação conveniados/as à Unimed. Temos casos de docentes com décadas de contribuição e que tiveram que sair do convênio por dificuldades financeiras imediatas”, relatou Silvia. Os valores seriam restituídos posteriormente.

O Diretor Administrativo da ADunicamp, professor Edson Joaquim dos Santos (Cotuca), apresentou os principais benefícios da proposta na assembleia e apontou que o Fundo, além da concessão de carências temporárias nas mensalidades de conveniados em dificuldades financeiras, propõe ainda isentar temporariamente, no período de transição, as mensalidades de dependentes de titulares que tenham falecido.

“O Fundo também nos permitiria acumular reservas visando minimizar efeitos de oscilações financeiras geradas por possíveis encargos extraordinários e facilitaria as negociações com a Unimed das renovações contratuais”, avaliou o professor.

CONGRESSO DO ANDES-SN

A Assembleia também elegeu três delegados/as que irão participar do 42° Congresso do ANDES-SN, a ser realizado entre os dias 26 de fevereiro e 1º de março de 2024, na cidade de Fortaleza/CE. O tema central do Congresso será: “Reverter as contrarreformas, em defesa da educação, dos serviços públicos, das liberdades democráticas e direitos sociais”.

Foram eleitos/as a professora Silvia Gatti, indicada pela diretoria da ADunicamp, a professora Diama Bhadra do Vale (FCM) e o professor Wanderley Martins (IA).

Na próxima Assembleia Geral, que deverá ocorrer em 15 de dezembro, serão eleitos/as até sete delegados/as, uma vez que a delegação da ADunicamp será composta por até 10 representantes, como previamente discutido e aprovado pela diretoria da entidade.

VIOLÊNCIA

O professor Edson Joaquim dos Santos (Cotuca), fez um relato durante a assembleia sobre as ações que estão sendo tomadas para combater os episódios de assaltos e violência registrados contra alunos/as das escolas da Unicamp durante a saída do campus, principalmente no período noturno.

“A violência vem de uma trajetória ascendente, já tivemos situações graves, mas na última semana tivemos repercussão nacional com o caso de violência sexual contra uma aluna”, relatou o professor. O episódio trágico, segundo ele, catalisou a revolta que já existia e culminou com uma greve de estudantes na semana passada.

“Esta paralisação, por sorte embora surgida numa situação trágica, acabou mobilizando forças da administração do colégio e da Universidade e uma série de ações estão sendo realizadas não só internamente, mas também junto às instâncias municipais e estaduais”, afirmou.

A ADunicamp tem participado de todas essas gestões e ações e, segundo o professor Edson, acompanha a execução das medidas e avalia se elas tem sido e serão realmente efetivas.

MOÇÃO CESSAR-FOGO

A Assembleia aprovou também uma moção encaminhada pelo plenário, com o título “Pelo imediato cessar-fogo!”. Confira:

“Diante do quadro de crueldades e violências incessantes no atual conflito Israel-Palestina, os/as docentes da Universidade Estadual de Campinas não permanecem indiferentes, não se calam nem se omitem.

Por suas convicções humanísticas e democráticas, os/as docentes se associam às entidades de defesa dos direitos humanos, associações científicas, entidades acadêmicas e sindicais, parlamentares, intelectuais, artistas, religiosos etc. que, em todo o mundo, hoje, se manifestam pelo Imediato Cessar-Fogo na Faixa de Gaza e em toda a região!

Sem a concretização desta urgente decisão, estamos convencidos de que todos os apelos de paz serão letra morta ou palavras ao vento, pois apenas mortes e destruição estarão no horizonte do conflito.

Neste sentido, impõe-se apoiar os esforços do governo brasileiro que, desde o início do atual conflito no Oriente Médio, tem se empenhado junto ao Conselho de Segurança da ONU na defesa imediata do Cessar-Fogo!”