PALESTRA TECER COMUNIDADES
Esta palestra está sendo promovida pela ADunicamp, por meio de GT Moradia, voltada para os membros da VilaConviver e a todos os interessados.
MASASHI ONO
Masashi Ono é formado em Psicologia Educacional pela Universidade de Tóquio e participa também no desenvolvimento de programas de educação e apoio para a construção de comunidades intencionais (ecovilas) no Japão, Coreia do Sul e Brasil.
Trabalha como educador na Gaia Education Japan e é diretor representante do Scienz Institute. Ono diz que, desde estudante, vive em busca da construção de uma sociedade sustentável. Foi morador da Vila Yamaguishi, em Jaguariúna, 1.997 a 2.000.
SERVIÇO
Local: ADunicamp
Setor Universitário 851, Av. Érico Veríssimo, 1479 – Cidade Universitária, Campinas – SP
Contato: (19) 3521-2471
Data: Domingo 24/junho
Abertura do espaço e recepção: 09:30
Início da Apresentação: 10h00
Roda de conversa: 11h30
Realização: ADunicamp, Rede As One Brasil, Vila Yamaguishi.
O GT Moradia/ADunicamp desenvolve, há quatro anos, pesquisas sobre as chamadas “comunidades intencionais”, voltadas à demanda de moradia de professores aposentados. O trabalho deu origem ao projeto da VilaConviver, que reúne professores aposentados ou em vias de se aposentar, na implantação de um modelo de moradia baseado no conceito de cohousing sênior (veja mais em: www.longevidadeadunicamp.org.br).
A Vila Yamaguishi, que promove o encontro juntamente com o GT Moradia/ADunicamp, é uma eco vila, com ampla produção agrícola sustentável, e que fornece alimentos orgânicos na região de Campinas. De acordo com a página do empreendimento na internet: “Vila Yamaguishi, tendo como base uma vida de pesquisa científica do ser humano e da sociedade, vem experimentando/tentando uma ‘sociedade carinhosa’ em que qualquer pessoa possa viver confortavelmente, em direção a realização de um mundo sem disputas. Pensamos que uma sociedade em que as pessoas possam viver em segurança, com fartura e alegria, sem disputas e raivas, e que amam mutuamente qualquer pessoa como se fosse da própria família, sem nenhuma pessoa infeliz, é a sociedade originalmente verdadeira. Sem deixar acabar em um conto de sonhos, estamos na tentativa da sua realização, mesmo sendo em pequena escala, acumulando a prática repetida de pesquisas e experimentos”.
Masashi Ono é um pensador e ativista japonês, e um dos organizadores do projeto comunitário Rede As One, criada no Japão em 2001 e que hoje atua em diversos países, entre eles o Brasil.
Em palestra, seguida de roda de conversa, Ono vai falar no auditório da ADunicamp sobre sua experiência em “Tecer Comunidades” na organização Comunidade Suzuka As One, criada há 16 anos e que está na origem da criação do projeto da Rede. A As One, uma eco comunidade urbana, atua há 16 anos no Japão, instalada em Suzuka, cidade de 200 mil habitantes, situada a 370 quilômetros ao sul de Tóquio.
Para os que nela vivem ou a conhecem, trata-se de uma experiência única de vida, produção e organização social. “É um experimento de sociedade onde qualquer pessoa pode viver feliz livremente, sem punições, sem confrontos nem raivas. Como uma grande família, sem preocupação com dinheiro, a comunidade mantém várias empresas, organizadas sem normas fixas ou rígidas, sem chefia, sem ordem, sem responsabilização”, apontam, em texto conjunto, Alam Minowa e Romeu Leite, da Vila Yamaguishi, e que também participarão da roda de conversas com Ono na ADunicamp.
De acordo com Minowa e Leite, trata-se de um experimento inovador “que está chamando a atenção do mundo”. “É uma experiência singular de uma eco comunidade urbana, de relações humanas sustentáveis, onde as pessoas podem viver de acordo com elas mesmas e estabelecendo íntimas conexões com o outro”. Eles lembram que o próprio nome da comunidade, que deu origem ao projeto da Rede, tem origem em sentimentos humanistas e inovadores. O nome é inspirado numa frase da música [Imagine] de John Lennon: the world will be as one! (o mundo será como um só!).
SUZUKA AS ONE
A comunidade de Suzuka é estruturada a partir de uma ecovila urbana, habitada por cerca de 200 pessoas, mas que se relaciona com um número muito maior de moradores da região, a partir de suas ações e serviços.
Minowa e Leite relatam que, desde o seu início, a comunidade foi construída sem regras e nem regulamentos para se obedecer. “O clima social é a base da autogestão, livre de qualquer tipo de ataques mútuos e de confrontos. Não há nada mais valioso do que as pessoas: nada de rankings, ordens ou punições. Até o presidente é apenas um funcionário da administração”.
Assim, as decisões são tomadas a partir de conversas e reflexões. “Com base na demanda e desejo de cada um, vai se definindo o tipo de ocupação, especificação de trabalho etc. Participam pessoas de todas as idades e as funções, salários e horas de trabalho são vistas para se adequar às necessidades de cada um”.
A comunidade desenvolve um grande número de empreendimentos que são sugeridos pelos integrantes do projeto. Eles vão desde agricultura, produção de alimentos até as atividades artísticas e culturais, entre outros. Um dos projetos, diretamente ligado com a comunidade, é a chamada Ofukuro-san Bento (Refeições Delivery da Mamãe). O projeto começou em 2005, como ele se auto define: uma empresa em prol das pessoas que nela trabalham, e não o seu contrário, as pessoas a serviço da empresa, como é praxe na sociedade atual como está constituída. Inicialmente, eram apenas 50 refeições diárias. Hoje já são mais de 2.000.
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