Conselho de Representantes da ADunicamp vai preparar documento com relação a medidas a serem tomadas para retorno às atividades presenciais


O CR (Conselho de Representantes) da ADunicamp decidiu, em reunião realizada virtualmente nesta quarta-feira, 25 de agosto, elaborar um documento, construído com especialistas de diferentes áreas, apontando as preocupações, dúvidas e indicando medidas essenciais a serem adotadas para o retorno às atividades presenciais, parciais ou totais, na Universidade.

O CR aprovou também a ata apresentada pela diretoria da entidade com a súmula das deliberações da reunião de julho e também quatro moções apresentadas por integrante do conselho. 

RETORNO
A decisão de elaborar o documento sobre o retorno foi tomada diante das muitas dúvidas e questões levantadas por docentes de diversas unidades sobre o tema. A presidente da ADunicamp, professora Silvia Gatti (IB), lembrou que a Reitoria já divulgou um documento com medidas a serem adotadas, a partir da definição do retorno presencial.

“Ao analisar o documento da Reitoria vemos que traz muitas orientações adequadas, mas outras não. Vemos que há sim uma preocupação da Reitoria sobre o retorno seguro, até mesmo considerando a variante Delta por aqui”, pontuou. Mas, segundo análise feita por ela durante a reunião, o documento da Reitoria também deixa vários pontos importantes de lado. 

Entre eles, como colocou um representante de Unidade, a falta de estudos detalhados da situação arquitetônica dos edifícios. “Foi discutida a questão da readequação de salas de aula e isso não tem um plano concreto. Isso tem que ser abordado. E, entre outros temas, teremos que ver se haverá um programa adequado de distribuição de máscaras”, afirmou a docente. A Profa.  Silvia lembrou que verbas foram aprovadas para as reestruturações dos espaços físicos,  que , na sua opinião deveria já estar sendo executado após um ano e meio da pandemia.

O documento a ser elaborado pelo CR será entregue à Reitoria e distribuído amplamente na Universidade. A ADunicamp defende a construção de um plano conjunto, amplamente discutido nas Unidades  envolvendo docentes, servidores e discentes  para avaliar as condições do retorno presencial e as medidas sanitárias necessárias para quando ele ocorra. A professora Silvia colocou que a Reitoria deve ouvir as entidades representativas e nem realizado uma consulta ampla junto às Unidades para definir as questões do retorno. 

EM AÇÃO

No início da reunião, o vice-presidente da ADunicamp, professor Paulo César Centoducatte (IC), fez um relato sobre os diversos atos e ações de protesto nos quais a entidade tem participado, diante dos permanentes ataques a direitos trabalhistas que têm sido desfechados tanto pelo governo federal como pelo estadual.

Os últimos atos ocorreram em diversas cidades brasileiras, em18 de agosto, contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 32. No Estado de São também houve manifestações contra o PDL 26/2021, do governo Dória, que mais uma vez ataca os direitos dos servidores públicos. A ADunicamp participou de manifestações diante da Reitoria, pela manhã, em conjunto com o STU e à tarde no Largo do Rosário, região central de Campinas, ao lado de grande número de entidades que também compareceram.

A PEC 32 é considerada um dos maiores ataques já desfechados contra direitos trabalhistas do funcionalismo público. E vai provocar um desmonte de serviços públicos, até em áreas essenciais como educação e saúde. Por isso, as manifestações para que ela não seja aprovada pelo Congresso Nacional ,reúnem entidades ligadas aos serviços públicos federais, estaduais e municipais, e também de diversos outros segmentos da sociedade.

“Como teremos vários outros atos e convocações nas próximas semanas, vamos manter toda a comunidade informada”, antecipou o vice-presidente.

A professora Sílvia informou que a ADunicamp também deu apoio para a participação de indígenas na grande manifestação de três dias, iniciada neste 25 de agosto, em Brasília, reivindicando a demarcação de suas terras.   

“A ADunicamp, assim, de alguma maneira está hoje presente em Brasília, na manifestação que já reúne mais de cinco mil indígenas de todo o país. Demos apoio não só a indígenas da nossa região, mas de outras regiões para que pudessem ter acesso a Brasília”, relatou ela.

MOÇÕES

Veja abaixo a íntegra das moções aprovadas pelo Conselho de Representantes. 

O CR da ADunicamp, na sua reunião ordinária de 25/08, manifesta-se da seguinte forma: 


1) Repúdio à vergonhosa atitude conciliatória dos governadores com um presidente cujas marcas registradas são o boicote explícito e permanente à luta contra a pandemia, seu empenho na destruição dos biomas (para favorecer agronegócio, mineradoras e madeireiras), o ataque aos direitos dos trabalhadores e o desrespeito diário à Constituição e a ordem republicana.  

Não à conciliação com Bolsonaro. Impeachment já!

2) Contra a proposição por parte de comandantes da PM de atos antidemocráticos.

3) Repudia a recondução de Augusto Aras ao comando da PGR, por não constar das listas tríplices indicativas para o cargo.

4) Contra a ação de dirigentes esportistas e do Estado pela presença de público em eventos esportivos, até que se tenham completados os esquemas vacinais da população brasileira.

5) O governador Doria mandou recolher uma apostila de ciência que falava sobre diversidade sexual, afirmando que “não é razoável que crianças e adolescentes tenham esse tipo de assunto na escola”. Sem entrar no mérito da apostila, cujo conteúdo desconhecemos, observamos que há coincidência entre o pensamento de Doria e o de Bolsonaro e de qualquer um dos que já ocuparam e o atual ocupante do Ministério de Educação, com uma visão torpe da sexualidade impregnada de obscurantismo religioso.

Basta de ignorância. A educação sexual deve ser abordada na escola.


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