A ditadura implantada no Brasil a partir de um golpe militar, e que durou 21 anos, precisa ser relembrada permanentemente, principalmente pelos mitos que ainda a envolvem e que voltam a ganhar destaque com o recrudescimento de movimentos de extrema direita no país.
O primeiro mito, martelado com frequência, é o do chamado ‘milagre econômico’ que teria ocasionado uma forte retomada da economia brasileira.
Apesar da taxa média de crescimento ter sido de 10% nos primeiros 10 anos, ao final da ditadura, em 1985, era de apenas 2,9%. Os ditadores deixaram o país com uma dívida externa recorde e jogado numa espiral inflacionária incontrolável.
O ‘milagre’ produziu uma concentração de renda gigantesca. O salto na renda per capita ficou longe de refletir aumento nas condições de vida da população. Cálculos atualizados em 2020 mostram que o salário mínimo equivalia, em março de 1964, a R$ 1,2 mil e no final da ditadura, em 1985, não passava de R$ 620.
Outro mito que ainda se repete é o da suposta ‘brandura’ da ditadura. Sindicatos e entidades civis foram duramente silenciados, extremando as perdas de direitos trabalhistas e sociais. Qualquer voz de oposição era imediatamente reprimida.
A Comissão Nacional da Verdade já reconheceu 434 mortos ou desaparecidos e milhares de ossadas ainda permanecem sem identificação. Pelo menos, 20 mil pessoas foram barbaramente torturadas.
Até a data real do desfecho do golpe ainda permanece em sombras. Historiadores confirmam que o golpe realmente se concretizou em 1° de abril, mas que por esse ser o Dia da Mentira os militares oficializaram o 31 de março, numa mera estratégia propagandística para evitar chacotas.
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