Docentes da Unicamp reunidos em assembleia nesta terça-feira, 17 de agosto, decidiram aderir à Paralisação Nacional do Funcionalismo Público, em 18 de agosto, organizada por centrais sindicais e entidades da sociedade civil em todo o país contra a Reforma Administrativa PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 32/2020. A decisão foi aprovada por 97% dos participantes, com 3% de abstenção.
No Estado de São Paulo, a paralisação também é um protesto contra a PLC (Projeto de Lei Complementar) 26/2021. As duas propostas, encaminhadas pelos poderes executivos da União e do Estado, tramitam nos parlamentos.
A paralisação de docentes nas universidades públicas paulistas foi votada em assembleias como um indicativo do Fórum das Seis, que participa da organização das mobilizações.
A paralisação terá várias ações ao longo do dia (leia abaixo), incluindo manifestação em conjunto com o STU, com carro de som e faixas, em frente à Reitoria da Unicamp, a partir das 10h. A presidente da ADunicamp, professora Silvia Gatti (IB), alertou que todos os protocolos de segurança sanitária, como distanciamento, uso de máscaras e álcool gel terão que ser rigorosamente seguidos nas ações presenciais.
A PEC e o PLC propõem desmonte de direitos do funcionalismo, com prejuízos diretos nos serviços públicos prestados à população, inclusive em setores essenciais, como saúde e educação. A amplitude e os efeitos desse desmonte têm ampliado os protestos para além dos segmentos de servidores/as e mobilizado amplos setores da sociedade civil organizada.
A mobilização nas universidades paulistas inclui também a questão da Data-base/2021, como forma de pressão para que o Cruesp retome as negociações paralisadas desde julho e, até o momento, sem nenhuma agenda definida.
“A Data-base tem que ser um motivo de nossas falas nas ações de amanhã”, defendeu a professora Silvia Gatti. Ela informou que a ADunicamp vai estender faixas e cartazes, não só contra as duas propostas de desmonte dos serviços públicos, mas também chamando o Cruesp a retomar as negociações da Data-base e da discussão conjunta com as organizações da comunidade acadêmica sobre o retorno às aulas presenciais. “Temos que apontar a continuidade da luta do Fórum das Seis diante do Cruesp, nestas questões essenciais”, avaliou ela.
AGENDA DO DIA 18/08
10h – Ato/plenária das universidades estaduais e do Ceeteps! Será uma grande atividade virtual com servidora(es) e estudantes das três universidades e do Centro Paula Souza.
Você pode participar de duas formas:
Sala Zoom – O Fórum das Seis criou uma sala virtual, na qual as servidoras e os servidores poderão entrar e conversar com os dirigentes das entidades sindicais. Link: https://bit.ly/punivestzoom
Pelo Youtube – A atividade será transmitida pelo link https://bit.ly/punivestyt
10h – Ato presencial em frente à Reitoria da Unicamp. Todos os protocolos sanitários de segurança serão seguidos (distanciamento, uso de máscara etc.)
17h – Ato presencial no Largo do Pará, na região Central de Campinas/SP. A concentração será a partir das 16 horas, com ato programado para às 17h. Todos os protocolos sanitários de segurança serão seguidos (distanciamento, uso de máscara etc.)
INFORMES
No início da assembleia, a professora Silvia apresentou dois informes, com pedido de participação de docentes em ações que estão em desenvolvimento pela entidade e pelo Observatório do Conhecimento, integrado também pela ADunicamp. E o vice-presidente, Paulo César Centoducatte (IC), fez um relato das ações e mobilizações que a ADunicamp tem desenvolvido ou participado contra as propostas nacional e estadual de desmonte do serviço público.
A ADunicamp, relatou Silvia, desenvolve o projeto Rede de Afetos, com o objetivo de reunir docentes e não docentes em encontros virtuais para tratar de temas que vão desde a culinária à arte e cultura. Um dos objetivos, explicou ela, é juntar pessoas que falam determinados idiomas, mas que não têm condições de praticá-los com outras. “Já temos inscrições para grupos de francês, inglês e espanhol. E as inscrições vão ser reabertas nos próximos dias”, informou.
O Observatório do Conhecimento, do qual a ADunicamp é uma das entidades fundadoras, vai lançar, em parceria com a SBPC e o Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo, um questionário para docentes das universidades públicas brasileiras com pedido de relatos e informações sobre violações e ameaças ao exercício da liberdade acadêmica no país.
Na próxima quinta-feira, 19 de agosto, a partir das 18 horas, o Observatório realizará uma live, para lançar a pesquisa, com as presenças de Fernanda Sobral, vice-presidente da SBPC, Miriam Pillar Grossi, secretária da SBPC; e de personalidades que sofreram na pele este tipo de perseguição: Débora Duprat, procuradora da República; Conrado Hubner Mendes, professor de direito constitucional da USP; Débora Diniz, antropóloga; Pedro Hallal, professor de educação física e epidemiologista, entre outros. O evento será transmitido ao vivo pelo canal do Observatório do Conhecimento no Youtube.
O professor Paulo César relatou que a ADunicamp integra, ao lado de mais de 80 entidades representativas do funcionalismo estadual, a Frente Paulista em Defesa dos Serviços Públicos. A Frente tem trabalhado intensamente na distribuição de esclarecimentos e alertas à população sobre os prejuízos que as propostas de desmonte de direitos e serviços trará para toda a sociedade. Isso tem sido feito a partir de textos, encontros virtuais, outdoors e outras ações, realizadas em diversas cidades paulistas. A Frente também realiza ações junto a parlamentares.
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18/8 é dia de paralisar e lutar pelo futuro dos serviços públicos e do funcionalismo
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