Moção de apoio ao acolhimento de refugiados no Brasil


Moção enviada à Presidência da República, ao Itamaraty, aos Senadores e aos Deputados Federais. 
Diante da extensa crise humanitária causada pela diáspora de cidadãos sírios, afegãos, iraquianos, paquistaneses, eritreus, somalianos e nigerianos em busca de refúgio em outros países, a Associação de Docentes da Unicamp (ADunicamp), por meio desta moção, soma a sua voz à de milhares de cidadãos e associações humanitárias que pedem um posicionamento mais claro e incisivo do Governo Brasileiro e do Congresso Nacional não só para ampliar o apoio e o abrigo aos refugiados, mas também para esclarecer a sociedade sobre as verdadeiras causas que estão por trás da fuga da população de seus países de origem.
De acordo com dados da Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), o número de refugiados e de pessoas deslocadas por guerras no mundo atingiu um recorde histórico em 2014. Foram 59,5 milhões de pessoas deslocadas, 19,5 milhões delas refugiadas, principalmente da Síria, Afeganistão e Somália.
No final de 2014, ainda segundo a Acnur, o Brasil abrigava 7.289 refugiados reconhecidos, de 81 países, na maioria cidadãos vindos da Síria, Colômbia, Angola e República Democrática do Congo.
O total de pedidos de refúgio no Brasil aumentou, nos últimos quatro anos, em mais de 930%, saltando de 566 em 2010 para 5.882 em 2014.
Diante disso, torna-se essencial que o Governo Federal e o Congresso Nacional:
1 – Modernizem a legislação brasileira para o abrigo de refugiados, permitindo a agilização e desburocratização dos pedidos de refúgio;
2 – Criem campanhas de esclarecimento junto à população, mostrando que a atual crise humanitária é resultado das ações de caráter colonialista e intervencionista patrocinadas pelos Estados Unidos e pelas potências europeias – com a omissão das Nações Unidas e outros fóruns internacionais. Além da clara importância política, necessária em um mundo em rápido ciclo de mudanças, essas campanhas são essenciais para impedir que as comunidades de refugiados sejam estigmatizadas no país.


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