A classe trabalhadora, por diversas razões, esteve mobilizada de maneira muito fragmentada nos últimos anos e há muito tempo não se faz uma greve geral no Brasil. Muitas trabalhadoras e trabalhadores, que realizaram várias greves na luta pela conquista e manutenção de direitos nos últimos anos, nunca participaram de uma greve geral, e isso tem gerado diferentes compreensões: afinal, greve geral é apenas a soma de várias greves setoriais? Quanto tempo dura uma greve geral?
É muito importante compreender que uma greve, como qualquer luta social, não tem um padrão pré-denido, pois deverá dar resposta às particularidades da conjuntura que ela enfrenta. Quem define quando, como e por quanto tempo será a greve são as categorias em luta.
A GREVE GERAL não é a soma de várias greves e nem a greve de apenas uma categoria, mas sim a concretização da luta coletiva de todas as categorias organizadas de diversas áreas e setores (público e privado), em articulação com movimentos sociais, populares e movimento estudantil. No lugar de várias mobilizações separadas, devemos realizar uma única mobilização concentrada. Assim, o ANDES-SN, que é organizado por sua base, não tem indicado em suas instâncias deliberativas a construção de uma greve isolada da educação. Avaliamos que o momento é de construção de um movimento unitário, que resulte na Greve Geral .
POR QUE FAZER UMA GREVE GERAL?
Os ataques aos direitos sociais estão cada vez mais rápidos e intensos. O empresariado tem conduzido as ações do governo ilegítimo na direção da privatização dos serviços públicos, retirada de direitos e de conquistas sociais como educação e saúde públicas e previdência social.
O “novo ajuste scal” imposto pelo PLC 54/16 (ex PLP 257/16) e a PEC 241/16, representa a retirada de investimentos públicos, notadamente em educação e saúde, além da legalização de um esquema fraudulento de geração da dívida pública, imposta pelo PLS 204/16. Todas as contrarreformas em curso seguem o rumo da privatização de direitos que serão ofertados pelo setor privado na forma de “prestação de serviços”, restringindo o acesso da maioria da população. Além disso, a exploração do pré-sal foi exibilizada, transferindo estes valiosos recursos, que poderiam ser utilizados para nanciamento de políticas públicas, para a mão do capital estrangeiro. No setor da educação, a contrarreforma do ensino médio (MP 746/16) ataca diretamente a qualidade da formação das/os estudantes e o trabalho das/os professoras e professores. Ainda, o pacote de projetos da Lei da Mordaça ameaça a liberdade de expressão pedagógica.
Para lutar contra estes ataques e em defesa dos direitos trabalhistas e sociais, a GREVE GERAL é uma estratégia de resistência para demonstrar nossa indignação.
COMO O ANDES-SN ESTÁ CONTRIBUINDO PARA A CONSTRUÇÃO DA GREVE GERAL?
O ANDES-SN está se mobilizando para a construção de uma greve geral para barrar os retrocessos em curso e os ataques aos direitos sociais. Em conjunto com a CSP-Conlutas, e outras Centrais Sindicais, e com diferentes entidades em vários fóruns, dentre eles, o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (FONASEFE), temos contribuído para a construção da unidade da classe trabalhadora. No âmbito da educação, ampliamos o diálogo com técnicos-administrativos e estudantes para fortalecer a organização da greve geral junto com as/os trabalhadoras e trabalhadores da educação, um dos setores mais atacados pelas contrarreformas em curso.
Com o objetivo de intensicar o diálogo com diferentes categorias, indicamos o fortalecimento e/ou construção de Comissões de Mobilização nas Instituições de Ensino, Fóruns estaduais em defesa da educação pública, Fóruns estaduais dos servidores públicos, Frentes estaduais Escola sem Mordaça, além do fortalecimento da Coordenação Nacional das Entidades em defesa da Educação Pública.
A greve geral só vai acontecer se for construída com a participação das Centrais Sindicais, do Fonasefe e todas as entidades de base. Por isto, necessitamos nos empenhar no fortalecimento e mobilização da nossa categoria nos estados.
DE QUE FORMA PODEMOS CONSTRUIR A GREVE GERAL?
– Participar das Assembleias da categoria;
– Reforçar, construir e organizar comitês locais de mobilização para a greve geral com as demais categorias (estudantes, técnico- administrativos, trabalhadoras e trabalhadores terceirizados);
– Reforçar, construir e organizar comitês estaduais que reúnam os demais servidores públicos em cada estado;
– Participar dos atos chamados pelas seções sindicais e centrais sindicais, contribuindo para sua organização;
– Participar das frentes estaduais contra o projeto da Escola com Mordaça e levando o debate da greve geral também para estes espaços.
[box type=”info”]ATENÇÃO PARA A AGENDA DE ATIVIDADES NACIONAIS:
25 de outubro – Dia nacional de luta dos/as servidores/as públicos (com mobilização e paralisação) com articulação de todo o setor da Educação (público e privado) com o eixo “Educação na rua contra a retirada de direitos, a Lei da mordaça e a reforma do ensino médio”.
09 de novembro – indicativo de greve geral (a depender da construção com as centrais sindicais e Fonasefe).[/box]
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