Basta ao genocídio em Gaza!
Estamos diante de um momento na História em que silenciar-se equivale a compactuar com um dos mais brutais genocídios que a humanidade já viu. A contagem dos mortos cresce num compasso que desafia a imaginação. A cada dez minutos, uma criança é enterrada sob os escombros. Em três semanas, contabilizam-se 8 mil mortos, sem contar as centenas cujos nomes não foram registrados porque permanecem anônimos debaixo de pilhas de concreto e arame retorcido. As crianças marcam seus nomes nos braços para não virarem números, para que suas identidades possam ser preservadas em algum registro, alguma memória. Não há mais cemitério na Faixa de Gaza, apenas valas comuns. Não há mais ingenuidade, nem infância, pois os jovens que restam estão traumatizados pelo resto de suas existências.
Diante desse quadro, o silêncio torna-se impossível. É urgente paralisar o massacre perpetrado por Israel, enfrentar a brutal ocupação militar dos territórios palestinos da Cisjordânia e Faixa de Gaza, a anexação ilegal e limpeza étnica de Jerusalém Oriental, o sistema de segregação, humilhação e apartheid exercido sobre os palestinos de toda a Palestina histórica, incluindo o território do Estado de Israel onde representam 20% da população, a transformação da Faixa de Gaza em uma prisão a céu aberto, onde toda uma geração já nasceu, cresceu e em boa parte, morreu, sem ter a permissão de conhecer uma franja sequer do mundo ao seu redor. São prisioneiros de um gueto que hoje virou, definitivamente, um campo de extermínio.
Diante da falência do sistema internacional, da cumplicidade e conivência da União Europeia, do apoio incondicional e ultrajante dos Estados Unidos, apelamos às autoridades para que o governo brasileiro:
i) sinalize de maneira enfática que não estamos dispostos a compactuar com o crime contra a humanidade em perpetuação na Faixa de Gaza; nem com a sua extensão, já em curso, para toda a Cisjordânia;
ii) se una a todos os países que estejam dispostos a sustentar a lei internacional de maneira clara e consequente na Palestina;
iii) revogue imediatamente todos os acordos militares e de segurança já firmados com o Estado de Israel;
iv) apoie a reativação do Comitê da ONU contra o crime de apartheid, para que ele possa averiguar e encaminhar para julgamento o caso atualmente em curso no território da Palestina histórica.
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Divulgação realizada por solicitação do Professor Caio N. de Toledo (IFCH), na condição de sindicalizado à ADunicamp. As opiniões expressas nos textos assinados são de total responsabilidade do(a)s autore(a)s e não refletem necessariamente a posição oficial da ADunicamp, nem de qualquer uma de suas instâncias (Assembleia Geral, Conselho de Representantes e Diretoria).
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