MOHAMED HABIB – UM HUMANISTA


Por R. Guedes de Oliveira, escritor

Pessoas, muitas vezes, ficam marcantes em nossa vida. Cito, por exemplo, amigos que conheci e tive a felicíssima oportunidade de desfrutar da imorredoura amizade, indiferentes, pois, de posições de toda espécie. Amizades sinceras e duradouras: Prof. José Roberto do Amaral Lapa (1929-2000), Prof. Daniel Hogan (1942-2010), Prof. Roberto Romano (1946-2021) e Prof. Mohamed Habib.(1942-2022).

Deste último, tenho algo a contar:

Anos atrás, estudando na Pós-Graduação, no Instituto de Economia da Unicamp, aproveitei para participar de inúmeros congressos, principalmente na área de Meio Ambiente, e, num deles, vim a conhecer o Prof. Mohamed Habib. Ficamos amigos e trocamos informações Alguns dos meus livros deixei a ele, como lembrança destes encontros. Apresentei, a ele, num desses encontros, o meu projeto de “Gestão de Recursos Hídricos em APAs. e  seu entornos”, que muito apreciou. Tal projeto para colocá-lo em prática no futuro e no momento oportuno, na área de Santa Genebra. Era uma sugestão.

Passado algum tempo, o Prof. Habib já havia saído do Instituto de Biologia e atingido a direção da Reitoria da Unicamp, onde só colheu carinho, amigos e pode, com a sua experiência, dar impulso em vários setores ainda emperrados e necessitando de inovações. Era assim, esta figura: brilhante em tudo. Foi que a minha neta necessitava de material para uma exposição, no qual falasse e descrevesse a história e os monumentos do Egito. Lembrei-me, então, do Prof. Mohamed Habib e visitei-o no seu Gabinete na Reitoria I. Acolheu-me com abraços fiz-lhe o pedido. Imediatamente, ele marcou o outro dia para lá estar, apanhando dois DVDs. Contento inúmeras e importantes imagens de monumentos e a história do Egito. Material este de alto valor e que ainda guardo nos meus arquivos, com carinho todo especial.

Depois, com a aposentadoria dele, muito embora mantendo a sua atividade como colaborador da Unicamp, seguindo o meu curso e, ele, já praticando o professorado de Pós-Graduação na Universidade Santa Cecília – UNISANTA, desde 2012, ano de sua saída da Unicamp, como Pró-Reitor, mas não perdendo o vínculo com a instituição, perdi o seu contato. Mas ficou a lembrança dos tempos que nos conhecemos.

Figura dócil, amável, humana, acima de divergências de natureza política (não comentávamos estas visões de lados e posições, respeitando um a outro), Mohamed Habib foi e é um exemplo edificante para o nosso Brasil, que ele amava enormemente. Dizia, sempre, que a sua educação vinda dos seus pais era que não seria correto deixar uma moeda na porta da igreja, mas esta moeda para compra de mantimentos para a sua casa. Isto significa dizer que antes de trabalhar para o geral (universal), temos que cuidar da nossa moradia (o nosso país). Dando resultados satisfatórios, então voltaríamos para o geral (universal). Foi com esse norte, que em 42 anos de sua permanência na Unicamp, vindo pelas mãos do Prof. Dr. Zeferino Vaz, é que sua história impagável permanecerá eternamente nas vielas, nas vias da Unicamp, na boca e no pensamento de seus alunos, funcionários, professores e diretores.

Que a nossa Unicamp tão respeitada como brilhante em tudo, não se esqueça de tornar, no bronze e na placa o seu nome em algum monumento, praça ou rua. É a forma justa e perfeita de homenagear este egípcio-brasileiro.

Que o nosso Prof. Mohamed Habib  já esteja ao lado do Pai, pois que, este mesmo Pai (dele) é o nosso Onipotente Deus. Saudades, glorioso amigo!

Indaiatuba, SP, 27/01/2022

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Divulgação realizada por solicitação da professora Maria Silvia Viccari Gatti (IB), na condição de sindicalizada à ADunicamp. As opiniões expressas nos textos assinados são de total responsabilidade do(a)s autore(a)s e não refletem necessariamente a posição oficial da ADunicamp, nem de qualquer uma de suas instâncias (Assembleia Geral, Conselho de Representantes e Diretoria).


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